Leilão para Roraima contrata nove projetos
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
Foi realizado nesta sexta-feira, 31 de maio, em São Paulo, o leilão para suprimento a Boa Vista e localidades conectadas, com negociação total de 263,5 MW para fornecimento a partir de 28 de junho de 2021, envolvendo investimentos de R$ 1,62 bilhão.
Ao todo, foram nove soluções de suprimento contratadas, com preço médio de R$ 833 por MWh, com deságio médio de 22,7% em relação ao preço inicial de R$ 1.078,00 por MWh. Entre os vencedores estão sete projetos de fontes renováveis, que incluem usinas solares fotovoltaicas, a biomassa e biocombustíveis.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ressaltou os números de economia de custo de geração e de investimento. “A economia que nós teremos com a realização desse leilão é em torno de 35%. Hoje o custo é de R$1.287/MWh e será de R$ 833/MWh. Em termos de investimentos, serão R$ 1,6 bi nesses empreendimentos nos próximos dois anos. Com isso, evidentemente, haverá uma geração de emprego bastante expressiva. ”
Foram negociados Contratos de Comercialização de Energia nos Sistemas Isolados (CCESIs) diferenciados por tipo de produto e fonte primária de energia, com diferentes prazos de vigência.
Para o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, o resultado do leilão eleva o estado de Roraima a um novo patamar no que diz respeito à segurança elétrica. Pepitone também ressaltou que “a segurança energética do estado de Roraima só será plenamente concluída quando avançarmos com a interconexão Manaus-Boa Vista (linhão de Tucuruí) ”.
Considerando o produto “Potência” para gás natural ou renovável, ou composição delas, com prazo de vigência dos contratos de 15 anos, foram negociados 225,4 MW de disponibilidade de potência, para uma receita fixa total de R$ 778,6 milhões/ano.
No produto “Potência” para quaisquer outras fontes que não sejam gás natural ou renovável, com contratos de 7 anos, foram negociados 38,1 MW de disponibilidade de potência.
O leilão também contou com contratações inéditas de projetos híbridos – que combina diferentes tipos de fontes. “Foi a primeira vez que nós tivemos um leilão com esse tipo de fonte, que será biocombustível e solar. A Aneel já vem recebendo demandas há algum tempo para esse tipo de projeto híbrido e já está sendo aberta uma consulta pública maior participação da sociedade no tema”, afirmou o ministro.
Para a diretora Elisa Bastos, da Aneel, a sistemática do certame contribuiu para o bom resultado. “Foi uma sistemática totalmente inovadora. Não havia até então uma diretriz que avaliasse a contratação de potência e, em um segundo momento, de energia”, disse. O desenho do leilão é resultado de trabalho do MME em conjunto com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ao longo de dois anos.
Já o presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, destacou dois importantes objetivos alcançados com o resultado do leilão: “garantir o suprimento da região e reduzir os custos com energia, beneficiando todos os consumidores brasileiros com a redução dos gastos da Conta de Consumo de Combustíveis. ”