SEB se preocupa com papel do ONS e CCEE
Maurício Corrêa, de Brasília —
Não faz o estilo do SEB reclamar publicamente de questões institucionais que o incomodam. As atuais lideranças se formaram basicamente durante a época do regime militar e ainda guardam muita da disciplina que os militares imprimiram no Ministério de Minas e Energia.
Mas em conversas reservadas, percebe-se com clareza que existe muito ressentimento com os órgãos institucionais que constituem o SEB.
Os atuais dirigentes reconhecem, por exemplo, que, apesar da vocação política do diretor-geral André Pepitone, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na atual gestão diminuiu bastante a sua vontade de ser Governo e está mais voltada para as questões regulatórias propriamente ditas.
Entretanto, faz-se uma forte ressalva quanto ao papel institucional do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que não fazem parte do Governo, mas insistem em se comportar como tal.
Um influente dirigente do SEB, que tem papel de liderança no setor, lembrou a este site, há poucos dias, que o ONS e a CCEE participam do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) não porque sejam parte do Governo, mas apenas porque dispõem de informações estratégicas que podem contribuir para que o Governo adote uma boa política.
“O ONS e a CCEE não podem se esquecer que são mantidos pelos agentes do SEB. Não recebem dinheiro do orçamento federal. Portanto, precisam rever a forma de atuar e se voltar integralmente para o espírito da legislação que os criou”, disse o dirigente. “Embora tenha muita gente boa no ONS e na CCEE que até hoje não entenderam isso, não são estatais”, complementou.