Leilão A-4 viabiliza 401,6 MW em projetos
O leilão de Energia Nova A-4, operacionalizado na manhã desta sexta-feira, 28 de junho, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), foi encerrado, após cerca de duas horas e meia de negociações, movimentando um total de R$ 2,644 bilhões, com a contratação de 17.497.384 megawatts-hora (MWh) ou 88,1 MW médios, ao preço médio de R$ 151,15/MWh, o que corresponde a um deságio médio de 45,03%.
O volume contratado ficou abaixo da mais pessimistas das projeções, que oscilavam entre 150 MW médios e 300 MW médios, mas o certame surpreendeu pelo valor da energia contratada, em especial proveniente de projetos solar fotovoltaicos, que chegou a um valor médio de venda de R$ 67,48/MWh, um novo recorde histórico de baixa para a fonte, sendo que alguns contratos foram fechados a R$ 64,99/MWh, ante o teto de R$ 208/MWh estabelecido para a fonte. Até agora, o valor mais baixo do MWh solar contratado em leilão era de R$ 17,46/MWh.
O valor negociado da energia solar no certame também chama a atenção do ponto de vista global, já que em dólar o valor do MWh ficou em US$ 17,46, abaixo dos US$ 17,86/MWh negociado em projeto localizado na Arábia Saudita
No total, 15 empreendimentos, de fonte solar, eólica hídrica e térmica a biomassa, foram contratados, somando 401,6 GW de potência instalada. Segundo dados divulgados pela CCEE, tais projetos consumirão um total de R$ 1,892 bilhão em investimentos.
Repetindo o que ocorreu no leilão A-4 passado, realizado em abril de 2018, a fonte solar foi a que mais vendeu energia. Um total de seis projetos solar fotovoltaicos comercializou 21 MW médios, viabilizando usinas com 203,7 MW de potência ou 62 MW médios de garantia física.
Apenas três projetos eólicos venderam energia no certame, somando 15,2 MW médios, ao preço médio de R$ 79,99/MWh, deságio de 61,54% ante o preço teto de R$ 208/MWh.
Uma térmica a biomassa de 21,39 MW de potência vendeu 7,4 MW médios, ao preço de R$ 179,67/MWh, deságio de 42%, enquanto cinco projetos de pequenas centrais hidrelétricas – incluindo um da Cemig GT e outro da Celesc Geração, venderam juntos 37,4 MW médios, a R$ 198,12/MWh, deságio de 31,2%.
O leilão de energia nova A-4, realizado na manhã desta sexta-feira, 28 de junho, e que contratou 81,1 MW médios de energia para início de suprimento em 2023, viabilizou projetos que somam 401 MW de potência, dos quais 50,7% se referem à fonte solar, seguida por eólica, com 23,7%, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), com 20,25% do total, e biomassa, com 5,33%.
O diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Erik Rego, explicou que a decisão de alocação de fontes se deu observando questões do ponto de vista energético e elétrico, como sinal locacional, e externalidades, como a geração de empregos.
Ele afastou a ideia de que como algumas fontes estão comercializando energia a preços abaixo dos R$ 100/Mwh isso poderia desestimular a ampliação da capacidade instalada de fontes mais caras, como a nuclear. “Não pode fazer avaliação só com base no preço final… Quando se avalia portfólio, não é só pelo atributo final, mas do ponto de vista energético e elétrico e externalidades”, disse.