Eletrobras explica projetos internacionais
Da Redação, de Brasília (com apoio da Eletrobras) —
A Eletrobras está desenvolvendo estudos, em conjunto com parceiros internacionais, que envolvem três grandes projetos de integração energética na América Latina: o projeto Arco Norte, referente à interconexão elétrica entre os estados do Amapá e Roraima e países da fronteira norte; projetos binacionais com a Argentina, visando ao aproveitamento de recursos hídricos do rio Uruguai; e o aproveitamento hidrelétrico entre o Brasil e a Bolívia.
Nesta quinta-feira, 25 de julho, a Eletrobras divulgou um comunicado, o qual explica o momento atual de cada projeto. A nota tem o seguinte teor:
“A Eletrobras, maior empresa de energia elétrica da América Latina, participa, no âmbito da Comisión de Integración Energética Regional (CIER), de estudos e projetos relacionados à promoção da integração elétrica regional, em parceria com diversas empresas e organismos internacionais.
As tratativas para o desenvolvimento de projetos binacionais são lideradas pelo Ministério de Minas e Energia e pelo Ministério de Relações Exteriores. A participação da Eletrobras na promoção desses estudos, em conjunto com os órgãos e empresas locais, está definida em tratados, protocolos e memorandos de entendimento assinados pelos países envolvidos. Em alguns casos, os estudos contam com o patrocínio de entidades de financiamento multilaterais, como BID e CAF.
Desta forma, o valor divulgado esta semana pela imprensa como sendo relativo a projetos internacionais da Eletrobras refere-se, em verdade, ao montante global estimado dos projetos em análise conjunta com esses organismos internacionais para as próximas décadas. O valor não corresponde a compromissos assumidos pela Eletrobras, mas a uma estimativa das oportunidades relacionadas à integração regional, cuja viabilidade ainda está sendo analisada.
Projetos em estudo
- Projeto Arco Norte – Durante as reuniões da Rio+20, iniciaram-se as discussões sobre o desenvolvimento de um sistema de interconexão elétrica entre Suriname, Guiana, Guiana Francesa e os estados de Amapá e Roraima, do Norte do Brasil. As tratativas levaram à assinatura de um Memorando de Entendimento entre N.V. Energiebedrijven Suriname (EBS), Guyana Energy Agency (GEA), Électricité de France (EDF), Eletrobras, AFD e BID, com o objetivo de promover os estudos para identificar e avaliar a demanda e as opções de fornecimento de eletricidade na região. Além disso, os estudos buscaram avaliar as implicações políticas, institucionais, regulatórias, técnicas, econômicas, ambientais e sociais de uma eventual interconexão elétrica dos países do Arco Norte. O sistema de transmissão avaliado, de aproximadamente 1,9 mil km de extensão, visa à transferência da energia a ser gerada por novos empreendimentos de geração, entre Brasil, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Os montantes globais estimados durante os estudos preliminares para o desenvolvimento deste projeto remontam a cifras de USD 8,8 bilhões em projetos de geração e de USD 738 milhões em projetos de transmissão.
- Garabi e Panambi – As tratativas para o desenvolvimento de projetos binacionais entre Brasil e Argentina remontam à década de 1980, quando esses países assinaram um tratado para avaliação do Aproveitamento dos Recursos Hídricos do Rio Uruguai e de seu afluente, o Rio Pepiri-Guaçu. Desde estão, a Eletrobras mantém tratativas com sua contraparte na Argentina, atualmente Integración Energética Argentina S.A. (Ieasa), objetivando a retomada dos estudos de viabilidade para instalação de aproveitamentos hidrelétricos no rio Uruguai, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, com capacidade de cerca de 2.200 MW. Os montantes globais para o desenvolvimento desses empreendimentos foi estimado durante os estudos de inventário em aproximadamente USD 5,2 bilhões.
- Brasil-Bolívia – Em 2007, foi assinado um Memorando de Entendimento em Matéria Energética entre Brasil e Bolívia. Com base nesse acordo, a Eletrobras e a estatal boliviana ENDE foram designadas para promover os estudos sobre os potencias hidrelétricos na fronteira entre os países. Em 2018, destaca-se o início do estudo de inventário hidrelétrico binacional em parte da bacia do rio Madeira. O estudo foi contratado conjuntamente pela Eletrobras, a Empresa Nacional de Electricidad (Ende) e o Banco de Desarrollo de América Latina (CAF). Esses estudos ainda se encontram em fase inicial, não sendo possível definir um montante estimado para o investimento global”.
