Chesf inaugura usina solar flutuante na Bahia
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME) —
O presidente Jair Bolsonaro inaugurou, nesta segunda-feira, 05 de agosto, na Bahia, a primeira etapa da Usina Solar Flutuante instalada no Reservatório de Sobradinho, da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). É o maior projeto de Pesquisa & Desenvolvimento de tecnologia flutuante instalado em reservatório de hidrelétrica do País, com investimento de R$ 56 milhões. A solenidade contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
“As impressões colhidas aqui despertam sentimentos, muito além dos ideais de fazer do Brasil uma grande Nação”, disse Albuquerque sobre a importância da ativação da usina.
O projeto de Sobradinho utiliza uma tecnologia desenvolvida pelo Centro de Referência em Energia Solar de Petrolina (Cresp). Para ampliar essa experiência da Chesf e o seu desenvolvimento no uso da tecnologia solar fotovoltaica na Região Nordeste, o presidente Bolsonaro assina Decreto qualificando o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) no Programa de Parceria Público Privada (PPI) da Presidência da República como programa prioritário para investimentos.
Em seguida, o presidente autorizou o ministro Bento Albuquerque, em articulação com o ministro Gustavo Canuto, a adotar medidas que atraiam o interesse do setor privado com a promoção de leilões de geração de energia renovável na área de transposição do Rio São Francisco.
O objetivo do Governo é elevar o potencial energético na área de abrangência do PISF, estimado em 3,5 GigaWatts, e garantir recursos para a manutenção do bombeamento das águas do rio, que hoje custam R$300 milhões por ano.
“Além de mitigar os custos com energia para o consumidor final de água, contribui para a modicidade tarifária dos demais consumidores de energia; para a confiabilidade do sistema elétrico; assim como para o atendimento à demanda nacional de energia elétrica”, disse Albuquerque em seu discurso na solenidade.
É um projeto inédito de integração de leilões de geração em infraestrutura social para o desenvolvimento regional e, de acordo com estimativas recentes, poderá proporcionar investimentos da ordem de R$ 15 bilhões.
O Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (PISF) está inserido na Política Nacional de Recursos Hídricos e compreende a maior obra de infraestrutura hídrica do governo federal. Com 477 quilômetros de extensão em dois eixos de canais, o empreendimento visa garantir a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde a estiagem é frequente.
A experiência bem-sucedida de placas solares flutuantes em Sobradinho vai servir de modelo para o uso das placas ao longo dos 477 quilômetros dos canais de transposição, aquedutos e reservatórios. Nas laterais dos canais também poderão ser implantadas placas solares de geração de energia.
Além da possibilidade de redução de evaporação da água dos reservatórios e canais ao longo do projeto, os trabalhos técnicos também apontam que, nos dois casos – placas solares flutuantes e placas terrestres de geração de energia solar –, não há necessidade de desapropriação de terras. Os estudos técnicos indicam que esse modelo pode beneficiar outras regiões no uso de reservatórios já existentes e ampliar a capacidade potencial de geração de energia do país, hoje de 166 GW somadas todas as fontes de geração.
O ministro Albuquerque referiu-se ainda que “a iniciativa inovadora dessa forma de geração de energia solar no Brasil, servirá de referência para a aplicação nos demais reservatórios das usinas em operação no país, ampliando a capacidade de geração, com menores investimentos – o potencial, segundo o Banco Mundial, é de 30 GW em lagos artificiais”.