Ministro garante que relação com China é boa
Maurício Corrêa, de Brasília —
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, aproveitou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, 22 de agosto, para fazer uma rápida avaliação sobre a sua recente viagem de uma semana à China. O ministro fez um balanço muito positivo a respeito dos seus contatos com autoridades e empresários da China.
Vale lembrar que, nos primeiros momentos do Governo Bolsonaro, rolou um enorme estresse com o Governo chinês, devido a declarações ridículas feitas pelo novo presidente da República sobre o relacionamento bilateral com o principal parceiro comercial do Brasil. As manifestações do então novo presidente apenas demonstravam ignorância em questões internacionais, mas os chineses reagiram à altura. E o estresse ficou para ser resolvido com o tempo.
Albuquerque foi o segundo ministro do atual governo a visitar a China. Antes, quem viajou foi a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Na visão do ministro de Minas e Energia a viagem não poderia ter tido melhores resultados. Os chineses, inclusive, prometeram participar de três leilões que serão organizados pelo MME ainda neste ano.
O ministro de Minas e Energia minimizou os episódios ocorridos logo após a eleição, em outubro do ano passado, quando Bolsonaro pisou na bola várias vezes em temas de política externa brasileira. Foram os momentos de declarações infelizes envolvendo não apenas a China, mas, também, países árabes e Israel (o queridinho do atual presidente). Os chineses simplesmente publicaram um editorial em um jornal que normalmente reflete os posicionamentos do governo, lembrando que a China era apenas o principal parceiro comercial brasileiro. Bolsonaro finalmente entendeu o que estava acontecendo, baixou a bola e nunca mais pronunciou a palavra China em público.
“Nunca houve uma relação estremecida com a China. Já recebi inúmeras empresas chinesas e temos tido com eles uma relação institucional bastante transparente”, disse Albuquerque, lembrando que 72% dos investimentos na infra-estrutura de energia tiveram origem na China, nos últimos dois anos.
“Apresentamos aos investidores chineses as oportunidades de negócios que existem no Brasil, nas áreas de energia elétrica, petróleo, gás natural e mineração”, explicou o ministro, frisando que ainda participou de 20 reuniões com empresas chinesas que têm presença no Brasil. “Temos uma relação normal, tranquila, sem estresse, e acredito que vamos continuar dessa forma. O Brasil é e será um País que oferece as maiores oportunidades de investimentos na área de infra-estrutura”, assinalou Bento Albuquerque. No seu entendimento, uma visita do presidente Jair Bolsonaro à China, que deverá se realizar no mês de outubro, servirá para consolidar a relação bilateral.