Petrobras: produção irrelevante no Nordeste
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta terça-feira, 08 de outubro, que “a natureza trabalhou contra” a Bahia que, segundo ele, já foi um Estado muito importante para a empresa, mas hoje só representa 1,5% da produção da companhia.
“Infelizmente a nossa produção na Bahia hoje ficou irrelevante, assim como outros Estados do Nordeste, como Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe”, afirmou Castello Branco, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
O tema da sessão na comissão foi “o fechamento da Petrobras na Bahia e o desmonte da Petrobras no Nordeste”. “Não estamos fechando nossas operações no Nordeste. Nós estamos vendendo para empresas privadas interessadas nesses ativos, que estão investindo na região e vão gerar empregos. A Petrobras não tem dinheiro para investir em tudo”, completou.
Castello Branco citou ainda a sede da Petrobras em Salvador – conhecida como Conjunto Pituba – formada por uma torre de 22 andares que custou R$ 2,087 bilhões, enquanto a empresa mal ocupa cinco andares do prédio. “Tomamos a decisão de desocupar o prédio, que é um monumento ao desperdício, um verdadeiro templo da corrupção”, concluiu.
Venda de refinarias
Roberto Castello Branco garantiu que a venda de oito refinarias pela empresa não irá culminar no aumento do preço dos combustíveis para os consumidores. “A venda de refinarias pela Petrobras não mexe no preço dos combustíveis. O que altera o preço dos derivados nas bombas é a competição. A maior garantia para o consumidor é a competição, o custo pode até cair, mas aumentar não vai não”, respondeu, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. “As refinarias no Brasil continuarão utilizando petróleo da Petrobras, dificilmente trarão de outros continentes”, completou
Questionado sobre o impacto na economia brasileira decorrente dos desinvestimentos da empresa em diversas áreas, Castello Branco rebateu que o desenvolvimento econômico não pode ser o resultado de uma única empresa.
Ele citou os exemplos de Venezuela e Angola como países que apostaram em suas petrolíferas como motores da economia.
“Nenhuma empresa pode se jactar de ser o motor da economia nacional. Se a Petrobras foi o motor do Brasil, fez um mau trabalho, porque o PIB per capita brasileiro ainda é baixo. Toda empresa lucrativa pode contribuir para o desenvolvimento nacional, desde que seja lucrativa”, concluiu Castello Branco.