Consumo de GN cresce 4,7% em setembro
Da Redação, de Brasília (com apoio da Abegás) —
O consumo total de gás natural no País teve um avanço de 4,7% em setembro em relação aos números de agosto. Foram consumidos em setembro 74,09 milhões de metros cúbicos/dia ante 70,79 milhões no mês de agosto. Na comparação com o mês de setembro de 2018, quando o consumo chegou a 79,22 milhões de metros cúbicos/dia, a queda é de 6,5%. Os números fazem parte de levantamento estatístico da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) feito com concessionárias em todas as regiões do País.
Em setembro, a indústria apresentou crescimento de 2,53% ante agosto (de 27,68 para 28,38 milhões de metros cúbicos/dia) e queda de 4,08% em relação aos dados de setembro de 2019. No acumulado do ano, ligeira queda (0,44%).
O destaque do mês é o consumo automotivo — uma alta de 20,2% em setembro antes os dados de agosto e de 15,1% na comparação de 12 meses, acumulando 4,9% de expansão em 2019. “O crescimento no consumo de GNV aconteceu em São Paulo, Bahia e Pernambuco, mas foi puxado principalmente pelo Rio de Janeiro, que conta com uma frota de mais de 1 milhão de veículos convertidos”, afirma o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.
De acordo com Salomon, o grande desafio para o aumento do consumo — especialmente o industrial — é fazer com que o Novo Mercado de Gás estabeleça medidas que ajudem a efetivar a concorrência na oferta. “Um exemplo de como o agente dominante ainda tem o controle do mercado é a chamada pública conjunta realizada por sete distribuidoras do Nordeste. Entre agosto de 2018 e setembro de 2019, as distribuidoras receberam 39 propostas de fornecimento de gás. Mesmo assim, somente a Petrobras manteve a oferta e a preços mais elevados que os vigentes”, explica Salomon.
Segundo o presidente executivo da Abegás, é preciso acelerar a participação de outros agentes na oferta da molécula e isso só será possível com acesso pleno à infraestrutura existente. “Não há como haver Novo Mercado de Gás sem que novos ofertantes possam acessar as rotas de escoamento, as unidades de processamento e os gasodutos de transporte. Essas regras precisam estar claras, e com mais assertividade, para que eles se sintam seguros para competir de verdade.”
Salomon reforça, ainda, a necessidade de o País investir em infraestrutura. “A indústria do gás natural é de rede, ou seja, quanto mais novos consumidores, mais o custo tende a cair para todos. E isso só será possível interiorizando a rede. O gás do Pré-Sal tem que ser usado no País. Exportação de comoditie, direto do poço, não contribui para gerar renda e empregos”, afirma o presidente executivo da Abegás.
Em setembro, o número de unidades consumidoras de gás natural ultrapassou a marca de 3,6 milhões — número de medidores nas indústrias, comércios e residências e outros pontos de consumo.
Distribuição do consumo de GN por segmento:
Industrial — O segmento apresentou recuperação em setembro, com crescimento de 2,5% em relação a agosto. No acumulado do ano, ligeira retração de 0,4%.
Automotivo — O segmento com maior alta em setembro. O consumo de Gás Natural Veicular (GNV) subiu 20,2% na comparação com agosto e acumula alta de 4,9% em 2019. O maior rendimento por quilometro rodado do GNV, frente aos combustíveis líquidos, é o principal atrativo do combustível.
Residencial — O consumo residencial aumentou 3,7% em relação a agosto. Hoje mais de 3,6 milhões de residências utilizam gás natural no País.
Comercial — O segmento segue apresentando bons resultados em 2019. No acumulado do ano, a alta é 8,7%.
Geração elétrica — Apresentou crescimento de 4,6% em setembro; no entanto, no acumulado do ano a retração é de 15,4%
Cogeração — Acompanhando o segmento industrial, apresentou alta de 3,8% em setembro.