Governo inaugura UHE Belo Monte
Da Redação, de Brasília (com apoio do MME/Norte Energia) —
O governo federal pretende dar sinal verde para a construção de novas usinas hidrelétricas. A informação é do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, ao discursar na solenidade de inauguração da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, ocorrida nesta quarta-feira, 27 de novembro, em Vitória do Xingu, no Pará. O presidente Jair Bolsonaro esteve presente à inauguração, que foi marcada pelo acionamento da 18ª Unidade Geradora da Casa de Força Principal da Usina, que assegura 11.233,1 megawatts (MW) de capacidade total instalada, a maior hidrelétrica 100% brasileira.
“Os investimentos realizados para a implantação de Belo Monte movimentaram a economia local e nacional. Continuaremos a trabalhar juntos com os demais ministérios, estados, municípios e órgãos envolvidos para construir novas usinas hidrelétricas, que, a exemplo desta, trazem segurança para o sistema elétrico, energia limpa, barata e de qualidade para garantir o desenvolvimento regional e nacional”, anunciou o ministro.
Bento Albuquerque, que considera a conclusão da hidrelétrica um marco histórico para o País, falou sobre os desafios e superações enfrentados ao longo da construção “deste gigantesco empreendimento de engenharia, que possui 11 mil MW de geração de energia limpa e renovável, que se somam à nossa matriz de energia elétrica, considerada a mais limpa e diversificada”.
Ele destacou que, para transmitir a energia de Belo Monte para os centros consumidores, foram construídas as maiores linhas de transmissão do País, em que uma delas é a segunda mais longa do mundo, conectando o Pará ao Rio de Janeiro e a Minas Gerais. Em sua fala, também salientou que a produção de energia de Belo Monte representa 7% da capacidade total da produção brasileira. “Com todas as unidades geradoras da usina funcionando simultaneamente, ela é capaz de suprir 10% da demanda do mercado nacional”, afirmou, entusiasmado, o ministro.
Benefícios
Bento Albuquerque enalteceu os diversos benefícios advindos da construção de Belo Monte, como a geração de mais de 30 mil empregos diretos e da realização de mais de 5 mil ações socioambientais nos municípios da região, com aplicação de mais de R$ 6 bilhões. “Durante toda a obra e, de agora em diante, por toda a operação, os programas socioambientais continuarão sendo executados, fiscalizados e acompanhados pelos órgãos ambientais, sempre buscando reduzir impactos sobre o meio-ambiente e maximizar os resultados para a sociedade”, ressaltou.
O ministro concluiu sua fala externando alegria e satisfação com a inauguração de Belo Monte. “Vejo que somos testemunhas de mais um capítulo de prosperidade, que contou com a visão estratégica, a concepção de uma política energética de estado, criada há mais de 40 anos, com o uso da cultura da nossa academia, da nossa engenharia, da nossa indústria e da capacidade de empreendimentos nacionais”, declarou. “Destaco e enalteço – concluiu -, especialmente, os esforços, a competência e a bravura de todos que trabalharam direta e indiretamente para a realização dessa obra magnífica, por todo e qualquer aspecto que seja considerado”.
Esta gigante do setor elétrico brasileiro é composta por duas Casas de Força, onde estão instaladas 24 Unidades Geradoras (UGs). Na Casa de Força Principal são 18 Unidades de 611,11 MW, sendo que cada uma delas é capaz de gerar energia para alimentar uma cidade com 1,5 milhão de habitantes. Na Casa de Força Complementar estão outras seis Unidades menores, com 38,85 MW cada.
Belo Monte é classificada como uma “usina a fio d’água”*, e conta com dois reservatórios interligados por um Canal de Derivação com 20 quilômetros de extensão. Este novo arranjo garantiu que nenhuma terra indígena fosse alagada pelo empreendimento. O Reservatório Principal possui 359 km2, sendo que 228 km2 já eram a própria calha do rio Xingu. Já o Reservatório Intermediário abrange 119 km².
O complexo hidrelétrico conta com outras duas importantes estruturas no rio Xingu, ao lado da Casa de Força Complementar: o Sistema de Transposição de Peixes (STP) e o Sistema de Transposição de Embarcações (STE). Localizado na margem esquerda do rio Xingu, o STP possui 1,2 mil metros e permite a migração dos peixes através do barramento. Já o STE, na margem direita, está em uso desde 2013 e garante a navegabilidade entre a Volta Grande do Xingu e o trecho à montante da barragem.
Com o intuito de reduzir o impacto ambiental, o reservatório principal do empreendimento, formado na calha do rio Xingu, foi concebido a fio d’água, uma tecnologia moderna e preservacionista que atende aos princípios de sustentabilidade, respeitando o meio ambiente e as comunidades do entorno.
Junto com o reservatório Intermediário, a área alagada do empreendimento totaliza 478 quilômetros quadrados – considerada pequena se comparada à área alagada por outros empreendimentos hidrelétricos e à capacidade instalada da usina. Ambos os reservatórios estão situados entre os municípios de Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. A área de abrangência da usina ainda contempla outros dois municípios: Anapu e Senador José Porfírio.