Computador da Petrobras é o maior da AL
Da Redação, de Brasília (com apoio da Petrobras) —
Pense num supercomputador com capacidade para processar em apenas 1 segundo um volume de cerca de 4 trilhões de dados que necessitariam de 4 milhões de laptops, trabalhando em conjunto, para serem processados. Longe de ser um produto de ficção, essa supermáquina, batizada de Santos Dumont – sim, leva o nome do expoente da aviação brasileira – já está em operação e teve recentemente sua capacidade ampliada em 5 vezes.
Agora imagine se transportarmos esse supercomputador para o universo de exploração e produção de petróleo e gás, que processa diariamente um volume gigantesco de dados geofísicos, geológicos e de geoengenharia. Não há dúvida que, nesse caso, o céu é o limite: esse supercomputador poderia contribuir, e muito, para aumentar a precisão da análise dos dados do pré-sal. Sem contar o potencial de aumento do índice de acerto na perfuração de poços ao utilizar inteligência artificial para identificar padrões que irão auxiliar na descoberta de óleo comercial – o chamado “sucesso exploratório”.
Essas são apenas algumas das facetas do computador de alto desempenho Santos Dumont, que terá sua capacidade de processamento quintuplicada – de 1,1 PFlops para 5,1 PFlops – graças a investimentos de R$ 63 milhões da Petrobras e seus parceiros do Consórcio de Libra.
A intenção é utilizar o equipamento para desenvolver pesquisas nas áreas de inteligência artificial como machine learning e deep learning – modalidades de transformação digital – assim como acelerar a análise de dados sísmicos e simulação de reservatório em tempo real, voltadas para projetos de exploração e produção no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos.
Com essa ampliação, o Santos Dumont passa a ser o maior computador em capacidade de processamento da América Latina. Instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, o supercomputador será utilizado não só pela Petrobras, como também por toda a comunidade científica brasileira e parceiros tecnológicos da companhia.
Quatro curiosidades sobre o Santos Dumont:
1) Qual será a aplicação?
O supercomputador irá auxiliar o desenvolvimento de pesquisas em inteligência artificial como machine learning e deep learning – ferramentas de transformação digital baseadas em identificação de padrões por meio de algoritmos.
Além disso, será crucial para estudos em exploração e produção de petróleo e gás especialmente no campo de Mero, no pré-sal da Bacia de Santos, voltadas para análise de imagens sísmicas em altas profundidades e simulação de reservatório com mais precisão.
2) Capacidade de processamento nas alturas
A capacidade do Santos Dumont passará dos atuais 1,1 Petaflops para 5,1 Petaflops, um aumento de cerca de 350%.
Mas o que isso significa? Petaflops é a unidade de medida de performance de um computador. Com essa capacidade, o Santos Dumont será capaz de processar 5,1 quatrilhões de operações matemáticas em apenas 1 segundo.
3) No topo do ranking latino-americano
Com a ampliação da capacidade de processamento, o Santos Dumont lidera a partir de agora o ranking do TOP 500 na América Latina, que lista os supercomputadores mais potentes do mundo.
4) Como o projeto foi viabilizado?
A ampliação do supercomputador teve suporte financeiro proveniente da receita de 1% do valor bruto da produção anual de petróleo do campo de Mero. A destinação de recursos para atividades de pesquisa e desenvolvimento é parte das obrigações do contrato de partilha de produção de petróleo.
O campo de Mero é operado pelo Consórcio de Libra e liderado pela Petrobras – com participação de 40% – em parceria com a Shell (20%), Total (20%), CNPC (10%), e CNOOC (10%). O consórcio tem ainda a participação da companhia estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA), que exerce papel de gestora desse contrato.