Subsídio à GD custa R$ 900 mi, diz Abradee
Da Redação, de Brasília (com apoio da Abradee) —
Preocupada com o volume de notícias falsas (“fake news”), que estariam invadindo a internet, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) disponibilizou um comunicado, neste domingo, através do qual garante que o ônus da manutenção do subsídio atual à geração distribuída custa mais de R$ 900 milhões por ano aos consumidores de energia elétrica.
“A forma atual de incentivos dados ao segmento de GD, traz de forma intensa, ônus para os demais consumidores. Este ônus é estimado em cerca de R$ 500 milhões/ ano para cada 1 GW de geração distribuída instalado. Como já existem mais de 1,8 GW instalado, ele já é maior que R$ 900 milhões por ano.
Não reconhecer este fato é tentar ludibriar as pessoas! Dizer que a geração distribuída está reduzindo os custos dos pobres é um ato de insanidade e má intenção”, diz uma nota divulgada pela Abradee.
Na íntegra, a nota oficial da associação — cujo título é “A insanidade das fake news” — tem o seguinte teor:
“As informações falsas e sem autores reais têm sido a tônica de pessoas que querem defender os subsídios que alimentam a geração distribuída (GD) e manter seus ganhos, a qualquer custo social.
Por isso, a cada dia o público é impactado com vídeos e posts de autores e origem ocultos, repletos de inverdades e a intenção de detratar o segmento da distribuição de energia elétrica, que tem trazido desenvolvimento ao Brasil – investindo mais de R$ 180 bilhões só na última década – e garantindo 99,8% de confiabilidade de fornecimento e 99,8 de universalização.
Vale destacar que, enquanto tais conteúdos estão divulgando fake news, outros tantos documentos assinados por alguns dos maiores economistas do país identificam e esclarecem a verdade do subsídio. Talvez isso explique a insanidade e intensidade das fake news dos últimos dias.
As distribuidoras não geram energia e, portanto, não são concorrentes de qualquer fonte de geração de energia elétrica. Tampouco são contra a energia solar e as outras renováveis. Tanto é verdade, que as distribuidoras compram, através de leilões oficiais, a energia renovável que fornecem aos seus consumidores e viabilizam a geração distribuída, através das suas redes.
Desta forma, todo consumidor brasileiro tem um fornecimento de menor custo e com uma matriz elétrica das mais limpas do mundo.
Mas entendemos que as fontes intermitentes de energia, como a solar, não podem sozinhas manter o funcionamento do sistema elétrico e, para isso, são necessárias outras fontes como as hidrelétricas e térmicas. Só assim temos um sistema que possa garantir fornecimento e segurança a todos os brasileiros.
Quando qualquer consumidor recebe sua conta de energia elétrica, seu custo é dividido da seguinte forma: 35% de energia, 7% de transmissão,18% de distribuição e 40% de impostos e encargos.
Assim, mesmo que a geração de energia distribuída pudesse reduzir o custo de geração, ela estaria reduzindo a parcela de 35% da conta e se ela não paga as demais parcelas, deixa um custo de 65% para ser assumida pelos demais consumidores.
Ou seja, a forma atual de incentivos dados ao segmento de GD, traz de forma intensa, ônus para os demais consumidores.
Este ônus é estimado em cerca de R$ 500 milhões/ ano para cada 1 GW de geração distribuída instalado. Como já existem mais de 1,8 GW instalado, ele já é maior que R$ 900 milhões por ano.
Não reconhecer este fato é tentar ludibriar as pessoas! Dizer que a geração distribuída está reduzindo os custos dos pobres é um ato de insanidade e má intenção.
A geração distribuída pode e será um elemento importante no novo sistema elétrico brasileiro, podendo contribuir para seu desenvolvimento, mas para isso não pode continuar colocando no bolso dos demais usuários a conta do seu subsidio e assumir um diálogo técnico, responsável e portanto sem fake news”.