Crise faz Energisa cortar investimentos em 20%
Da Redação, de Brasília (com apoio da Energisa) —
O Grupo Energisa anunciou nesta segunda-feira, 20 de abril, ajustes em seu plano estratégico para 2020 com o objetivo de manter a empresa saudável e fazer frente aos desafios impostos pelo enfrentamento à crise humanitária causada pela Covid-19, garantindo o fornecimento de energia de qualidade nos 11 estados em que atua. A principal medida é a redução em cerca de 20% dos investimentos previstos para o ano. Com isso, a empresa deve aplicar até dezembro cerca de R$ 2,5 bilhões, montante ainda superior à média dos últimos cinco anos, quando destinou R$ 10 bilhões para suas operações.
O Vice-Presidente Financeiro, Maurício Botelho, explica que o corte não foi linear. Cada concessionária analisou seu plano de negócios para o ano, os estágios dos empreendimentos e a relevância dos projetos para a manutenção da qualidade e da segurança da população e dos colaboradores. “Foi feita uma análise ponto a ponto das necessidades de cada concessão. Algumas iniciativas que estavam previstas para o segundo semestre, por exemplo, ou não eram prioritárias foram postergadas para o ano que vem”, resume.
O grupo também está analisando reduções de custos operacionais, buscando economias entre 7% a 12% nas diversas rubricas de despesas controláveis, já que as despesas não-controláveis, como os contratos de compra de energia, oferecem menor margem de manobra. Além disso, o vice-presidente financeiro chama atenção para o fato de que a pandemia do Covid-19 reduziu as atividades da indústria e do comércio, impactando a demanda por energia elétrica. E, por outro lado, as medidas para amenizar os efeitos da crise para a população impactam a arrecadação das concessionárias nesse momento.
“A companhia sempre teve como política na sua gestão de riscos e manter uma posição de caixa mais robusta para enfrentar eventuais apertos de liquidez de mercado. Mas é importante uma maior atenção à situação de toda a cadeia do setor elétrico, na qual as distribuidoras são meros arrecadadores para centenas de geradores, transmissoras, e grande recolhedor de impostos, notadamente os estaduais”, afirma Botelho.
Apesar dos desafios, ele ressalta as iniciativas do Grupo para garantir a segurança dos colaboradores, manter os serviços e, principalmente, ajudar as comunidades no enfrentamento da crise. O Grupo criou o movimento Energia do Bem para o qual já destinou cerca de R$ 5 milhões, o que inclui uma doação de R$ 1,5 milhão para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), compra e conserto de ventiladores pulmonares, doação de máscaras cirúrgicas para hospitais, entre outras iniciativas.
“Estamos fazendo nosso dever de casa. O objetivo, nesse momento, é garantir os serviços essenciais, cuidar da saúde de nossos colaboradores, preservar no que for possível os empregos e apoiar os governos e a população no que estiver ao nosso alcance”, garante Botelho.