Indústrias dizem não a mais subsídios
Maurício Corrêa, de Brasília —
Em uma videoconferência, nesta quarta-feira, 22 de abril, com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lideranças do setor industrial manifestaram preocupação com a criação de novos subsídios e o aumento da carga da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é o principal encargo do setor elétrico.
Na reunião, os líderes da indústria reforçaram os argumentos contidos na “carta aberta” de 16 de abril passado, quando 52 associações empresariais que representam diversos segmentos da indústria externaram a percepção a respeito do combate ao Covid-19 e os impactos sobre a economia brasileira.
O documento diz — e isso foi reforçado junto ao ministro — que somado à atual conjuntura de elevação dos custos de energia, o impacto das medidas atualmente propostas pode chegar a um aumento de mais de 20% nas tarifas de energia, com um efeito sobre a inflação e resultados nefastos para a economia no longo prazo.
“Neste momento, a medida mais emergencial para aliviar a situação da indústria é um acordo para que a demanda de energia seja paga conforme o valor utilizado (e não o contratado), sem prejuízo de compensações posteriores”, diz a carta aberta.
Este site apurou que, na reunião com Albuquerque, participaram cerca de 20 representantes do segmento industrial. Nesta quinta-feira, eles terão outras videoconferências com o diretor-geral da Aneel, André Pepitone, e com o secretário de Energia do MME, Rodrigo Limp.
Através do ministro Bento Albuquerque, o Governo tranqüilizou os representantes da indústria, salientando que serão utilizadas sobras de fundos de outras contas subsidiadas, como o Luz para Todos e a Conta de Consumo de Combustíveis e que esses saldos, ao serem remanejados pelo MME, serão suficientes para cobrir os custos que preocupam os industriais.
O titular do MME também garantiu, segundo apurou este site, que não serão criados novos subsídios e que os consumidores pagarão a parte do empréstimo governamental que eventualmente os tenha beneficiado. O ministro também explicou que o custo do financiamento não provocará grandes impactos devido ao nível da taxa de juros atualmente praticada.