PLD sobe 16% nos submercados SE/CO e Sul
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD, para o período de 23 a 29 de maio, manteve-se no piso de R$ 39,68/MWh nos submercados Nordeste e Norte, mas subiu 16% no Sudeste/Centro-Oeste e Sul, passando de R$ 78,88/MWh para R$ 91,41/MWh. O principal fator responsável pelo aumento do PLD foi a realização dos armazenamentos dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste abaixo do esperado.
Os limites de recebimento de energia da região Sudeste provenientes do Nordeste e do Norte foram atingidos em todos os patamares, mantendo o descolamento dos preços dos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul em relação aos demais.
Espera-se que as afluências de maio de 2020 fechem em torno de 81% da média de longo termo (MLT) para o sistema, sendo aproximadamente 78% na região Sudeste, 80% na região Nordeste, 115% na região Norte e 12% na região Sul.
A expectativa de carga para o Sistema Interligado Nacional (SIN) para a próxima semana operativa não sofreu alteração em relação a previsão anterior.
Já os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 797 MW médios abaixo do esperado. Os níveis estão mais baixos no submercado Sudeste/Centro-Oeste (-818 MW médios), Nordeste (-51 MW médios) e Norte (-107 MW médios). O nível está mais alto em relação a expectativa apenas no subsistema Sul (+179 MW médios).
O fator de ajuste do MRE estimado para o mês de maio de 2020 passou de 94,0% para 93,7%. Os Encargos de Serviços do Sistema (ESS) para maio de 2020 tem previsão de R$ 26,2 milhões, sendo R$ 18,0 milhões devido a restrições operativas, R$ 4,3 milhões devido a segurança energética e R$ 3,9 milhões a Unit Commitment.
Geração recua 1,9% no trimestre
A geração de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional – SIN recuou 1,9% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com dados do InfoMercado Mensal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, o volume consumido nos três primeiros meses de 2020 chegou a 66.532 megawatts (MW) médios.
Entre janeiro e março, a geração de energia por meio da fonte solar fotovoltaica cresceu 21,7% frente ao primeiro trimestre de 2019. Por outro lado, a produção hidrelétrica recuou 2,5% no período, assim como as eólicas geraram 15,8% menos do que nos mesmos meses do ano passado. Diante desse resultado, a geração termelétrica cresceu, cerca de 7,4%.
Se contabilizarmos apenas o mês de março, a geração de energia elétrica recuou 0,7%, na comparação com o mesmo mês em 2019, para 65.089 MW médios. Os destaques são a queda de 14,2% da geração de térmicas e de eólicas, e o aumento de 29% da fotovoltaica. Nesse contexto, a geração de hidrelétricas teve elevação de 2,1% em relação a março do ano passado.
Já o consumo de energia no primeiro trimestre caiu 1,9% na comparação anual, de 67.740 MW médios para 66.449 MW médios. O comportamento do consumo não reflete totalmente os efeitos das medidas de isolamento social para combater a pandemia do coronavírus, que tiveram início a partir do dia 21 de março.
Se considerados os resultados de março, o consumo recuou 0,8% frente ao mesmo mês de 2019. O mercado regulado apresentou queda de 2,5%, para 44.912 MW médios, enquanto o mercado livre viu a demanda crescer 3,4%, para 20.077 MW médios, comportamento explicado pela migração de consumidores.
Excluindo os efeitos das migrações, em março, o consumo seria 0,5% menor no mercado regulado e 1,4% no mercado livre. A redução do consumo de energia no mercado livre, excluindo o efeito da migração das cargas novas, é explicada pela queda no consumo de 11 ramos de atividade que correspondem a cerca de 56,4% do total demandado no mercado livre. Dentre essas quedas, destacam-se os setores de transporte (-21%), serviços (-16%), veículos (-13%) e têxteis (-9%).