Balanço da Energisa mostra impacto do Covid
Da Redação, de Brasília (com apoio da Energisa) —
O Grupo Energisa registrou lucro líquido consolidado de R$ 493,7 milhões no primeiro semestre de 2020, 311,7% acima do valor obtido em igual período de 2019 (R$ 119,9 milhões).
No segundo trimestre, a Energisa apresentou crescimento do consumo residencial em 4,9%, com destaque para as concessões no Centro-Oeste, Nordeste e Norte do Brasil. O agronegócio foi responsável pelo aumento do consumo rural em 6,6% nas distribuidoras do Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul. A variação no semestre destes dois segmentos também foi positiva, sendo verificado um aumento de 4,9% no consumo residencial e 6,3% no rural.
Os resultados mostram que diversos fatores provocaram uma demanda maior dos clientes residenciais nessas regiões. São eles: questões climáticas, de calendário e as medidas de isolamento social que introduziram mudanças de hábito entre os consumidores, como o teletrabalho. A empresa encerrou o trimestre com um aumento de 1,3% de clientes residenciais (97.150 clientes) em relação ao mesmo período de 2019, principalmente, pelo incremento do cadastramento de clientes de tarifa social (98.821 clientes).
As ações de prevenção do Covid-19 impactaram o consumo de energia como um todo. A redução do consumo consolidado de energia foi de 4,9% no segundo trimestre e de 1,1% no semestre. No total do segundo trimestre, foram consumidos 8.387,4 GWh em todas as 11 áreas de concessão do Grupo, o que reforça a importância da atuação da empresa em mercados dinâmicos e geograficamente diversos. No segundo trimestre, a queda da carga de energia no Brasil, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), foi de 9,4%, comparado ao mesmo período de 2019.
Lucro líquido positivo no trimestre
O Ebitda ajustado no semestre foi de R$ 1,731 bilhão, com decréscimo de 4,1% em comparação ao período equivalente do ano passado. Já no segundo trimestre, o Ebitda ajustado totalizou R$ 801,8 milhões. A receita operacional líquida, por sua vez, foi de R$ 8,177 bilhões neste semestre, índice 2% menor do que registrado em 2019. No segundo trimestre, foi apresentado um prejuízo líquido consolidado de R$ 88 milhões. Desconsiderando efeitos não recorrentes, incluindo a marcação a mercado dos bônus da emissão de debêntures, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 160,6 milhões no segundo trimestre, o que corresponde a 25,9% acima do período de 2019.
Apesar do cenário de crise que toda a economia atravessa diante dos efeitos do Covid-19, a Energisa continuou com seus investimentos, que somaram R$ 1,386 bilhão nos primeiros seis meses deste ano, sendo R$ 671,5 milhões no segundo trimestre. Os recursos foram destinados, principalmente, às distribuidoras do Grupo Energisa, que receberam, neste trimestre, R$ 568,4 milhões do montante total, a fim de promover a expansão e o reforço da rede e a melhoria contínua da qualidade da energia.
Além disso, os custos e despesas operacionais consolidadas, excluindo os custos de construção, totalizaram R$ 3,499 bilhões neste trimestre, o que equivale a uma redução de 0,4% em relação ao trimestre de 2019. No primeiro semestre do ano, esse valor chegou a R$ 7,209 bilhões, 3% abaixo do mesmo período de 2019.
Já as despesas com pessoal, material, serviços e outros (PMSO) sofreram uma redução de 16,3%, ou R$ 108 milhões, no trimestre, alcançando R$ 553,6 milhões. Considerando o primeiro semestre, a queda chega a 6,5%, o que representa R$ 84 milhões. O indicador revela a gestão eficiente de custos da Energisa, ainda mais neste momento desafiador para o setor.
A Energisa registrou em junho de 2020 dívida líquida consolidada de R$ 13,922 bilhões ante R$ 13,7 bilhões em março deste ano. A relação dívida líquida por Ebitda ajustado manteve-se praticamente estável, passando de 3,5 vezes em março para 3,7 vezes em junho de 2020. Com foco na disciplina financeira e na melhor alocação de capital, a Energisa manteve uma sólida posição de caixa, atingindo R$ 5,422 bilhões ao fim de junho deste ano.
Desempenho melhorou em 10 das 11 distribuidoras
A continuidade dos investimentos teve reflexo positivo nos indicadores de qualidade. Dez das 11 distribuidoras do Grupo apresentaram desempenho melhor que a meta da Aneel para os indicadores FEC (frequência das interrupções) e DEC (duração das interrupções) em junho deste ano, com evoluções consistentes dos dois indicadores.
“O bom resultado é fruto do investimento em automação, construção e ampliação de novos alimentadores, subestações e linhas de alta tensão, além de uma maior assertividade das ações de manutenção, limpeza de faixa, poda de árvores, adequação de veículos e aplicação de novas ferramentas e capacitação das equipes e gestão de produtividade. Todas as ações visam a atender cada vez melhor nossos clientes com segurança e confiabilidade”, ressaltou Maurício Botelho, vice-presidente financeiro e diretor de Relações com Investidores do Grupo Energisa.
A Energisa Comercializadora se destacou pelo aumento nas vendas de energia este ano. No segundo trimestre, o valor foi 17,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto no semestre o crescimento chegou a 29,4% na comparação anual. O aumento se deve a oportunidades de mercado oriundas da volatilidade dos preços.
O Grupo Energisa vem adotando medidas, desde março, para minimizar os efeitos do coronavírus com todos os seus públicos-alvo. São ações em diversas frentes que estão sendo realizadas em parceria com organizações com o objetivo de proteger seus colaboradores e clientes, além de assegurar a prestação dos serviços essenciais à sociedade. Sensível ao momento, a companhia, por meio do Movimento Energia do Bem, doou R$ 8 milhões em ações de combate à pandemia de Covid-19 nos 11 estados em que atua.
Entre as principais iniciativas destacam-se a doação de equipamentos para hospitais; testes para detecção da Covid-19; distribuição de cestas básicas a famílias em vulnerabilidade; e oferta de recursos financeiros para crédito de micro e pequenos empreendedores em Minas Gerais. “O principal objetivo foi adotar medidas para a preservação da saúde de nossos colaboradores e clientes com um conjunto amplo de medidas necessárias para evitar o contágio da doença, bem como minimizar os efeitos restritivos nos negócios”, ressaltou Maurício Botelho. Considerando a natureza essencial da atividade, que exige elevado grau de exposição de grupo determinado, a empresa registrou, até o momento, poucos casos da doença e nenhuma vítima.
As perdas totais consolidadas do Grupo Energisa em junho deste ano somaram 5.898,4 GWh, representando 13,81% da energia injetada, 0,29 ponto percentual acima do verificado em março passado e 0,26 ponto percentual superior ao mesmo período do ano passado, refletindo os efeitos da pandemia de Covid-19.
Também influenciada pela pandemia, a taxa de inadimplência em junho deste ano chegou a 1,79%, alta de 0,33 ponto percentual em relação a junho de 2019. Porém, a Energisa Rondônia e a Energisa Acre reduziram, em junho de 2020, a taxa em 1,95 e 1,44 pontos percentuais, respectivamente, mantendo uma trajetória decrescente desde a aquisição pelo Grupo Energisa.
Para atenuar esses impactos, as distribuidoras do Grupo realizaram ações para facilitar o pagamento das faturas, como condições mais flexíveis para o parcelamento e opções de negociação pelos canais digitais de atendimento.