Total anuncia investimentos em Mero
Da Redação, de Brasília (com apoio da Total/Petrobras) —
A petrolífera francesa Total anunciou nesta segunda-feira, em Paris, que ela e seus parceiros tomaram a decisão estratégica de realizar investimentos na terceira fase do Projeto Mero, parte do bloco de Libra, localizado a 180 km da costa do Rio de Janeiro, nos campos de pré-sal da Bacia de Santos. Mero tem recursos estimados entre 3 e 4 bilhões de barris de óleo. A Total acredita que por volta de 2025 estará produzindo em torno de 150 mil barris/dia nesse campo do pré-sal brasileiro.
O consórcio de Libra é operado pela Petrobras (40%), como parte de parcerias internacionais que incluem a Total (20%), as chinesas CNOOC e CNPC (10% cada) e a Shell (que tem 20% do projeto). A PPSA é a gestora do contrato.
Na semana passada, a Petrobras divulgou que representantes da estatal e da empresa MISC Berhad assinaram carta de intenção para afretamento e prestação de serviços do FPSO Marechal Duque de Caxias, a ser instalado no Campo de Mero, como parte do desenvolvimento da produção de sua porção sul, onde está localizado o Projeto Mero 3. FPSO é a sigla em inglês para a unidade que produz, armazena e transfere petróleo.
O FPSO de Mero 3, terceira unidade do sistema definitivo a ser instalada no Campo de Mero, pertencente ao Bloco de Libra, localizado no pré-sal da Bacia de Santos, terá capacidade de processamento de 180 mil barris de óleo e 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Os contratos de afretamento e de serviços terão duração de 22 anos e meio, contados a partir da aceitação final da unidade, prevista para o primeiro semestre de 2024.
O projeto prevê a interligação de 15 poços ao FPSO, sendo oito produtores de óleo e sete injetores de água e gás, através de uma infraestrutura submarina composta por dutos rígidos de produção e injeção, dutos flexíveis de serviços e umbilicais de controle.
O Consórcio de Libra pretende realizar na área de Mero 3, pela primeira vez, um teste-piloto da tecnologia de High Pressure Separation (separação em alta pressão) – de forma abreviada, Hisep -, desenvolvida e patenteada pela Petrobras. Os equipamentos, a serem instalados no fundo do mar, vão separar e reinjetar, por meio do uso de bombas centrífugas, boa parte do dióxido de carbono (CO2) produzido junto com o petróleo, permitindo “desafogar” a planta de processamento de petróleo no FPSO e consequentemente possibilitando o aumento da produção de óleo. O Hisep atualmente está em fase de definição e de testes.