Falta de chuva continua pressionando o PLD
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE/ONS) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE informou que o Preço de Liquidação das Diferenças – PLD para o período de 17 a 23 de outubro aumentou em todos os submercados. Para o Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte, o aumento foi de 12%, passando de R$ 281,43 o MWh para R$ 315,94 o MWh. Já no Nordeste, o aumento foi de 28% passando de R$ 170,66 o MWh para R$ 219,01 o MWh.
O principal fator responsável pelo aumento do PLD em todos os submercados foi a expectativa de redução de afluências do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Os limites de envio de energia da região Nordeste foram atingidos em todos os patamares, mantendo o descolamento dos preços do Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Norte.
Para outubro espera-se que afluências fechem em torno de 43% da média de longo termo (MLT) para o sistema, sendo 52% no Sudeste; 25% no Sul; 44% no Nordeste e 56% no Norte.
Para a próxima semana, a expectativa é que a carga do SIN fique em torno de 2.108 MW médios mais baixos do que a previsão anterior, com redução somente no submercado Sudeste. Para os demais submercados não houve alteração na previsão.
Os níveis dos reservatórios do SIN ficaram cerca de 568 MW médios abaixo do esperado, com redução no Sudeste (-817 MW médios) e no Norte (-435 MW médios), e mais altos no Sul (+219 MW médios) e no Nordeste (+465 MW médios) em relação a estimativa da semana anterior.
O fator de ajuste do MRE estimado para outubro passou de 69,2% para 67,8%. O Encargo de Serviços do Sistema (ESS) previsto para o mês está em R$ 136,8 milhões, sendo R$ 8,5 milhões devido a restrições operativas, R$ 106,8 milhões devido a reserva operativa de potência e R$ 21,6 milhão a unit commitment.
Tendência de alta do CMO
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta, em seu boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), para a semana operativa de 17 a 23 de outubro no Sistema Interligado Nacional (SIN), aumento no Custo Marginal de Operação (CMO). No Nordeste, o CMO passa a valer 216,12/MWh, uma variação de 26,5% em relação à semana anterior, que registrava R$ 170,80/MWh. Já no Sudeste/Centro-Oeste, no Sul e no Norte, os valores permanecem equalizados e sobem 12,7%, saindo do patamar de R$ 282,62/MWh para R$ 318,74/MWh.
O consumo de energia também deverá apresentar movimento ascendente. A estimativa de crescimento chega a 4,7%, na comparação com outubro de 2019. A retomada do consumo vem ganhando musculatura em todas os subsistemas desde o fim de setembro. As regiões Sul e Norte puxam a alta e indicam uma subida de 5,8% no consumo com 12.383 MW médios e 5.989 MW médios, respectivamente. No Sudeste/Centro-Oeste, o incremento deverá ser de 4,4%, com 42.503 MW médios. E no Nordeste, espera-se expansão de 4,1%, com 11.879 MW médios.
Os índices positivos podem ser explicados pela retomada da atividade econômica, que tem apresentado uma expansão, principalmente, por conta de novas encomendas e consequente aumento na produção. Ressalta-se ainda um crescimento das vendas para exportação. O otimismo em relação aos próximos meses tem aumentado a contratação e as atividades de compra. Dessa forma, o comportamento da carga segue fortemente impactado pelos fatores citados acima, após as reduções observadas em função da pandemia.
Já nos reservatórios, o boletim do ONS projeta, ainda, para a quarta semana de outubro, afluências que correspondem a 53% da MLT no Sudeste/Centro-Oeste; 51% da MLT no Norte; 39% da MLT no Nordeste e 20% da MLT no Sul. Neste cenário, pelas previsões, os volumes nos reservatórios para o fim do mês devem alcançar os seguintes níveis: Nordeste com 52,4%; Norte com 32,5%; Sudeste/Centro-Oeste com 23,2% e o Sul com 19,8%.