Associações: afastamento não era prioridade
Maurício Corrêa, de Brasília —
O setor empresarial da área de energia elétrica reagiu de forma cautelosa à decisão da Justiça Federal que suspendeu os diretores da Aneel e do ONS devido aos problemas de abastecimento no estado do Amapá. Não houve uma crítica aberta, mas nas entrelinhas dos comunicados distribuídos pelo Fase e pela Abraceel é fácil observar que as entidades não gostaram da decisão judicial.
O Fórum das Associações do Setor Elétrico – Fase, organização que reúne 26 associações de todos os segmentos (geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo de energia elétrica, além das cadeias produtivas de equipamentos elétricos e eletrônicos) distribuiu um comunicado através do qual manifestou que “a prioridade zero neste caso é a de se restabelecer as condições normais de suprimento ao Estado do Amapá”.
Na visão do Fase, decisões judiciais devem ser cumpridas. Entretanto, “investigação deve ser uma ação posterior. O afastamento das respectivas diretorias traz risco regulatório e de funcionamento para o sistema elétrico brasileiro, bem como tumultua o processo de restabelecimento das condições adequadas de suprimento de energia ao Amapá”.
Embora já tivesse assinado a nota do Fase junto com as demais associações que dele fazem parte, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) no início da noite divulgou um comunicado à parte, com teor similar.
“Indubitavelmente, quando da ocorrência de desligamentos de consequências graves, como o que está ocorrendo no Amapá, toda a energia dos técnicos e autoridades setoriais deve ser canalizada para o restabelecimento do suprimento de energia elétrica à população, o que efetivamente está ocorrendo”.
Para a associação dos comercializadores, “a discussão sobre a responsabilidade objetiva quanto ao suprimento de energia elétrica do Amapá, bem como a necessária apuração das responsabilidades não deve ser esquecida, mas pode e deve ser travada em momento oportuno, no intuito de fazer as correções que se façam necessárias, visando reduzir ou prevenir a probabilidade de novas falhas”.