Página virada
O Senado Federal aprovou, na manhã desta quinta-feira, 12 de maio, o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff. No prazo máximo dos próximos 180 dias, será realizada a fase de instrução do processo de impeachment.
O resultado foi bastante desfavorável à presidente: 55 votos a favor da admissibilidade da denúncia e apenas 22 em defesa. Dificilmente a presidente afastada terá condições políticas para retornar ao Palácio do Planalto. Está interrompida a era petista e se inicia imediatamente o período de governo do presidente interino Michel Temer.
Este site não tem preferências partidárias, mas aprecia uma gestão que seja preocupada com as questões sociais, mas que também seja eficiente, respeitadora das leis, que controle as finanças públicas e a inflação, que não acredite que o Estado pode fazer tudo e que, além disso, permita à iniciativa privada simplesmente respirar e tocar as atividades negociais sem sustos.
É inegável que, infelizmente, a presidente afastada se perdeu ao longo do tempo, o que foi de alguma forma uma surpresa. Afinal, para quem teve a experiência relevante de tocar o Ministério de Minas e Energia e depois a Casa Civil, ou seja, que tinha um amplo conhecimento dos grandes problemas do País, além de ser uma economista por formação profissional, é incrível como a sua administração foi uma calamidade exatamente naquilo em que mais se esperava sucesso da parte dela: a gestão econômica.
O processo de impeachment é político e jurídico ao mesmo tempo e, apesar do natural chororô das lideranças petistas, o fato é que o Governo descumpriu a Lei da Responsabilidade Fiscal e o fundamento jurídico do impeachment está correto. Ao manipular as contas públicas, gerando recursos quando eles não existiam, o Governo facilitou inegavelmente a sua vitória nas eleições passadas. Não importa que esses recursos tenham sido dirigidos para a área social, como argumentaram os defensores da presidente. O que importa é que uma ilegalidade foi cometida e a presidente caiu por causa disso, arrastando junto com ela o projeto de poder do Partido dos Trabalhadores.
O presidente interino ainda não definiu o nome do novo titular do Ministério de Minas e Energia, o que deverá acontecer em breve. O nome do deputado José Carlos Aleluia, do Democratas da Bahia, continua sendo muito cotado, mas é possível que exista uma alteração de última hora, já que ao seu partido está sendo atribuída outra pasta ministerial.
Qualquer que seja o nome, o que se espera na Pasta de Minas e Energia é que o novo ministro faça o seu serviço com simplicidade e com base em princípios elementares, que são sempre repetidos embora nem sempre respeitados, baseado em diálogo com os agentes econômicos. É um setor tecnicamente complexo, que exige muita atenção da parte das autoridades antes da adoção de medidas que o impactam em profundidade.
Hoje, sobra energia nas prateleiras, pois o País está mergulhado em histórica recessão. Mas o País tem um dinamismo muito grande e da mesma forma que ficou paralisado, também pode se recuperar com rapidez. Então, o novo ministro precisa estar atento a essas mudanças, de modo que a área de Minas e Energia possa contribuir para a recuperação econômica do Brasil.
Enfim, viramos uma página. É hora de resgatar a esperança.