CTG Brasil desenvolve P&D para avaliar risco
Da Redação, de Brasília (com apoio da CTG Brasil) —
A CTG Brasil iniciou um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento para aumentar a segurança no mercado nacional de comercialização de energia elétrica. O objetivo é desenvolver um mecanismo que mensure o risco dos participantes desse mercado, incluindo todos os agentes que registram contratos na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), como comercializadoras, geradoras e consumidores atuantes no mercado livre.
Vitor Hugo Lazzareschi, diretor de Comercialização da CTG Brasil, explica que “a meta é entregar uma ferramenta eficiente de sinalização de risco, que atualize as necessidades de aportes de garantias dos diversos agentes, ajudando a proteger o mercado e estimulando a liquidez nas negociações. Com isso, nosso objetivo maior é contribuir para o crescimento do setor elétrico brasileiro”.
O projeto, que terá duração de dois anos e investimento de R$ 4 milhões, vai buscar inspiração em modelos validados no setor financeiro, em especial no mercado de balcão, que opera com negociações bilaterais. “Nós selecionamos parceiros e executores com experiência tanto no setor elétrico quanto no financeiro, para estudarmos as alternativas que mais se encaixem na realidade do nosso mercado”, diz Lazzareschi.
A execução do projeto será realizada pela MRTS Consultoria, em conjunto com a startup Navarra Tech e a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), vinculada à Universidade de São Paulo (USP). A iniciativa tem, ainda, apoio da CCEE, que assinou um Termo de Cooperação com a CTG Brasil. De acordo com Carlos Dornellas, Gerente Executivo de Segurança de Mercado e Informações da CCEE, “a ferramenta deve contribuir com a credibilidade e a liquidez dos negócios no setor elétrico, especialmente diante da precificação horária, das perspectivas de abertura do mercado livre para consumidores de menor porte e do surgimento dos instrumentos financeiros vinculados ao setor, como os derivativos de energia”.
A Câmara deve fornecer informações para a criação de um banco de dados de transações entre agentes, contribuir com os estudos teóricos e dar feedbacks que ajudarão a nortear a evolução do projeto. Lazzareschi ressalta que “nenhuma informação confidencial será utilizada ou tornada pública, de modo que o principal papel da CCEE será consolidar informações já públicas ou de forma consolidada, sem identificação de contrapartes”.
A entidade também terá acesso às entregas parciais assim que estiverem concluídas, com possibilidade de utilizá-las para evoluir no processo de fortalecimento da segurança do mercado, testando na prática as ferramentas desenvolvidas com base teórica. Desta forma, ao final dos dois anos previstos, a CCEE terá estudos de caso com base real para apresentar propostas de aprimoramento regulatório à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em 2020, a CTG Brasil direcionou R$ 24,5 milhões a projetos de inovação, um crescimento de 104% em relação a 2019 e um recorde na história da companhia. Os investimentos fazem parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Os esforços foram concentrados, principalmente, no setor de energia solar, mobilidade elétrica, segurança regulatória para comercialização de energia elétrica e projetos focados em auxiliar no enfrentamento da pandemia de Covid-19.