Tragédia de Mariana afeta usinas do rio Doce
Da Redação, de Brasília
O que estava ruim, na na área de geração de hidreletricidade, ficou pior. Quatro usinas hidrelétricas localizadas no rio Doce estão sendo severamente afetadas pelos desdobramentos da tragédia ambiental ocorrida no município mineiro de Mariana. Devido à sujeira levada pelas águas, inclusive troncos de árvores e madeiramento de telhado e cercas, as usinas foram obrigadas a paralisar a geração de energia elétrica, o que tem prejudicado os resultados das empresas controladoras das UHE´s.
Segundo especialistas do mercado, como as quatro usinas somam 443,5 megawatts de garantia física, isso representa algo em torno de R$ 2 milhões por dia de impacto, considerando um PLD médio de R$ 180,00//MWh, pois as empresas, sem geração própria, precisam recorrer ao mercado livre para comprar as quantidades de energia elétrica contratualmente necessárias para substituir os volumes que deixam de ser gerados.
As usinas impactadas, neste caso, são as seguintes: Risoleta Neves (garantia física de 64,5 MW, sendo que 55% da hidrelétrica pertencem à Vale); Baguari (garantia física de 80 MW, sendo que 69,4% são da Cemig), Aimorés (172 MW de garantia física. Neste caso, a Vale também é o principal componente societário, com 55%) e Mascarenhas (100% sob controle da EDP, com garantia física de 127 MW).
Embora o setor elétrico venha demonstrando muita preocupação com excesso de judicialização, neste caso não se vê muita alternativa que não seja o ajuizamento de novas ações contra a empresa que provocou a suspensão da geração nas quatro usinas, ou seja, a Samarco Mineração.