Energisa universaliza consumo no Pantanal
Da Redação, de Brasília (com apoio da Energisa) —
O Pantanal sul-mato-grossense está cada vez mais perto de ampliar o acesso à energia elétrica por fonte renovável. O Grupo Energisa e o governo do Estado do Mato Grosso do Sul anunciaram nesta terça-feira, 02 de março, em evento virtual transmitido nas redes sociais, o início da Universalização do Pantanal, que levará energia elétrica à população residente daquela região que atualmente não conta com o serviço.
A partir de julho, a maioria das unidades consumidoras atendidas terá instalado microssistemas de geração solar fotovoltaica e armazenamento da energia excedente em baterias. Dessa forma, o fornecimento de energia limpa e ininterrupta aos clientes fica garantido mesmo durante a noite e em dias chuvosos ou nublados, quando há pouca incidência da luz solar. No total, o Grupo Energisa está investindo R$ 134 milhões no programa.
“Universalizar o acesso à energia numa região tão importante para o desenvolvimento sustentável brasileiro é um grande passo na história do Grupo Energisa. Para alcançar este objetivo, investimos em inovação e sustentabilidade, criando uma solução pioneira que vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população local e o crescimento socioeconômico do pantanal, preservando a fauna e a flora do bioma”, afirma Marcelo Vinhaes, diretor-presidente da Energisa Mato Grosso do Sul. De acordo com o executivo, o projeto piloto foi iniciado há cerca de três anos.
Ao todo, 2.167 unidades consumidoras serão beneficiadas pelo projeto até 2022, o que representa em torno de 5 mil habitantes, espalhados por uma área de 90 mil km², nos municípios de Corumbá, Aquidauana, Coxim, Ladário, Porto Murtinho, Rio Verde e Miranda. Desse grupo, 77 famílias já foram atendidas por rede de distribuição convencional, e agora 2.090 serão atendidos por sistemas individuais cuja fonte de energia é solar.
O CEO do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, destaca a missão do projeto de levar qualidade de vida à população. “Hoje estamos dando um passo importante em benefício das comunidades e consumidores desta vasta, remota e frágil área do Mato Grosso do Sul com o fornecimento de energia limpa, sustentável, segura e confiável. Energia que traz o futuro ao alcance de todos, traz saúde, conforto e sustento. Temos o compromisso de chegar a lugares onde as pessoas mais precisam. Não importa onde seja, não importa a distância. Onde houver a necessidade, estaremos prontos para servir”, declarou.
A universalização do Pantanal teve início com um projeto de pesquisa e desenvolvimento da Energisa fomentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Num primeiro momento, a empresa realizou, junto com o Instituto Lactec, um censo inédito da região, colhendo informações de cunho socioambiental, analisando o ambiente regulatório e diagnosticando o atendimento e o zoneamento. A pesquisa identificou aproximadamente 3,4 mil moradores que vivem na região isolada do Pantanal, sendo que 45% deste total são ribeirinhos – população local que vive às margens do rio.
Estas pessoas se dedicam, principalmente, à pesca artesanal e à coleta de iscas para venda aos pescadores esportivos ou recreativos. Os demais moradores são proprietários rurais e trabalhadores de grandes fazendas da região que moram com suas famílias dentro das propriedades. Há locais que só são acessíveis de barco. Outros até podem ser alcançados por terra, mas com a necessidade de percorrer horas com cavalos e tratores ou caminhonetes, para superar vazantes e areais. Algumas viagens chegam a durar oito horas por terra.
Em 2018, teve início a etapa piloto do projeto, em que 23 unidades, entre casas, escolas e propriedades rurais, espalhadas por quase 90 mil km², receberam sistemas de geração solar fotovoltaica e armazenamento de energia, atendendo a cerca de 100 pessoas. Foram beneficiadas populações de áreas de difícil acesso, nas margens do Rio Paraguai e em Taquari, Nhecolândia e Paiaguás.
A Escola Municipal Fazenda Nazaré, em Taquari (a duas horas de Porto Sagrado) e a escola do Sítio Santa Maria (a 3h30m do local) estão entre as instituições contempladas nesta fase do projeto, além da Ilha da Sorte e o Porto Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraguai, situado a uma distância de 4h30m de barco a partir de Corumbá, principal cidade da região.
Para o governador do Estado de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, este é um projeto audacioso que une desenvolvimento e preservação ambiental. “É uma proposta ousada de universalização, que vai melhorar a qualidade de vida da população, levando eletricidade para regiões de difícil acesso em uma faixa territorial maior do que a de muitos países da Europa. Com isso, vamos contribuir com o crescimento socioeconômico do Pantanal, com fornecimento de uma energia limpa, preservando a fauna e a flora”, disse.
Com 116 anos de história, o Grupo Energisa é o maior privado do setor elétrico com capital nacional e o também o maior na Amazônia Legal. Uma das primeiras empresas a abrir capital no Brasil, a companhia controla 11 distribuidoras em Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Paraná, Rondônia e Acre. Com receita líquida anual de R$ 16,9 bilhões (2019), o Grupo atende a 8 milhões de clientes (o que representa uma população atendida de mais de 20 milhões de pessoas) em 862 municípios de todas as regiões do Brasil, além de gerar cerca de 20,5 mil empregos diretos e indiretos.