Conselheiro protesta e renuncia na Eletrobras
Maurício Corrêa, de Brasília —
A indicação de Rodrigo Limp para a presidência executiva da Eletrobras provocou sequelas imediatas no alto comando da empresa. Em sinal de protesto pela iniciativa do Governo, o conselheiro Mauro Gentile Rodrigues da Cunha renunciou ao Conselho de Administração.
“O Conselho de Administração da Eletrobras decidiu, contra o meu voto, acatar a indicação do acionista controlador para o cargo de presidente da Eletrobras. Tal decisão desviou do processo sucessório com o qual este conselho se comprometeu através de Comunicado ao Mercado em 25.01.2021. Adicionalmente, ignorou a opinião formal da consultoria externa independente contratada para nos assessorar neste processo, no sentido de que “não recomenda o candidato para o cargo de Diretor Presidente”. Mais do que isso, inquirida, confirmou que manteria tal opinião ainda que a especificação do cargo fosse alterada para um maior foco em questões regulatórias, notadamente ligadas ao processo de capitalização da Eletrobras”, assinala uma carta endereçada à Eletrobras.
Segundo o ex-conselheiro, na mesma reunião, “houve ainda, infelizmente, quebra irremediável de confiança no processo de governança deste conselho. Diante desses fatos, apresento minha renúncia, irrevogável e irretratável, às posições de membro do Conselho de Administração da Eletrobras e de Coordenador do Comitê de Auditoria Estatutário, a se tornar eficaz no encerramento da presente reunião. Por óbvio, solicito que meu nome seja excluído da Proposta da Administração à Assembleia Geral Ordinária para recondução, como consta no material que foi deliberado por este Colegiado na RCA 887, havida hoje mais cedo”.