Setor de energia quer mais diálogo
Com satisfação, disponibilizamos ao público o site “Paranoá Energia”, sediado em Brasília. Nosso propósito é oferecer um material diversificado sobre a área de energia em geral, com informações sobre a política energética, setor elétrico, gás natural e petróleo, mercado livre de energia, legislação, regulação, empresas e negócios.
Não se pode negar que, hoje, o setor energético passa por instantes de muita indefinição, com uma crise monumental na Petrobras e com incertezas de grande magnitude no setor elétrico. Tudo resultante de erros primários cometidos no passado recente. O nível de incertezas aumentou após a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República.
O pessimismo que esse contexto gera, entretanto, não precisa ser eterno, pois é possível alterar o arcabouço legal, de modo que, como disse um filósofo, se aprenda com os erros do passado e que se possa olhar para o futuro de uma forma mais otimista.
Isso, contudo, não pode ser feito de maneira autoritária, como aconteceu nos últimos anos. Ao contrário, é preciso que as forças políticas e empresariais gastem muita saliva para que o Brasil retome um caminho que permita às áreas de infraestrutura em geral contribuir para a recuperação do País.
Tanto na área de petróleo e gás, quanto no setor elétrico, o Brasil dispõe de altíssimo nível de conhecimento e técnica para oferecer o que há de melhor no mundo. Já demos muitos exemplos para mostrar que no campo energético o Brasil não é um aluno e, sim, um excelente professor, face à qualidade dos nossos técnicos e das nossas empresas, sejam elas privadas ou estatais.
Embora no momento, as histórias de corrupção na Petrobras só provoquem arrepios, pois é absolutamente incrível como a sociedade brasileira deixou que isso tenha acontecido, o fato é que esse processo pode ser estancado, fazendo com que a Petrobras volte a ser o motivo de orgulho que sempre foi. Igualmente, o setor elétrico — que tem sido vítima do autoritarismo e do preconceito ideológico, como se estivéssemos ainda em meados dos anos 50 — tem condições de superar o que passou e olhar para a frente com mais otimismo.
Nesse sentido, este site nasce com o objetivo de contribuir para o diálogo. O Governo Federal precisa reconhecer que errou (e errou feio, tanto na Petrobras, quanto no setor elétrico), se despir da arrogância que o tem caracterizado ao longo dos últimos anos e simplesmente aceitar o diálogo que tem sido proposto, há anos, pelas áreas empresariais.
Há diálogos e diálogos. O ministro Eduardo Braga e o secretário-executivo do MME, Luiz Eduardo Barata, têm se esforçado para melhor o relacionamento com os agentes, mas o fato é que ainda tem gente graúda no Governo Federal que entende, de forma um tanto grotesca, que diálogo seja convidar empresários para uma reunião e não ouvir ninguém, implementando, enfim, aquilo que já estava decidido pelas próprias autoridades, sem ter a mínima consideração pela opinião de quem foi chamado a dialogar.
Diálogo é uma coisa completamente diferente, que significa deixar a arrogância de lado e entender que o setor público não é o dono do País. É apenas um gestor, legalmente constituído, e sustentado, por sinal, pelos recursos gerados pela sociedade.
Tanto o setor público quanto o privado têm defeitos e qualidades. Mas se conversarem de forma madura e pensando apenas no interesse daquilo que é o melhor para o País e não daquilo que é o melhor para determinadas forças ideológicas (isto vale para ambos os lados), será possível encontrar soluções adequadas, que eliminem problemas no campo energético e possibilitem uma recuperação mais rápida do desenvolvimento econômico.
Este site considera que a sua missão estará sendo cumprida se contribuir efetivamente para que o diálogo mostre a sua cara e ofereça bons resultados. Que tal, senhores, deixar de lado uma certa vocação artística, que não melhora em nada a biografia dos atores envolvidos, sentar-se à mesa e discutir verdadeiramente, ponto por ponto, as questões que prejudicam o Brasil?