CCEE faz balanço trimestral do PLD Horário
Da Redação, de Brasília (com apoio da CCEE) —
Análise feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, com base nos três primeiros meses de operação do Preço de Liquidação de Diferenças – PLD Horário, mostra uma variação de preços conforme a tendência verificada nos dois anos de operação sombra. Neste primeiro trimestre, o valor médio caiu nos quatro submercados na comparação com o mesmo período de 2020.
A redução mais significativa foi no Sul (S), com preço médio de R$ 171,68/MWh, recuo de 21,0% ante os R$ 217,57/MWh do mesmo período de 2020. O Nordeste (NE) registrou valor médio de R$ 159,91/MWh, queda de 11,8% em relação aos R$ 181,31/MWh do mesmo período de 2020.
O Sudeste/Centro-Oeste (SE/CO) encerrou o trimestre com média de R$ 172,57/MWh, 8,2% menor que os R$ 187,89/MWh do ano passado. Já no Norte (N), o valor médio caiu de R$ 165,39/MWh para R$ 152,82 MWh neste trimestre, queda de 7,6%.
A redução no 1° trimestre de 2021 foi influenciada principalmente por uma situação um pouco mais favorável dos reservatórios do Sul, que no ano passado sofreram com forte estiagem causando aumento do preço, e pelo elevado volume de energia eólica gerada na região Nordeste.
O balanço da CCEE também destaca o preço médio em março, período com os menores valores do trimestre nos quatro submercados: N: R$ 55,57/MWh; NE: R$ 78,02/MWh; SE/CO: R$ 109,02/MWh; S: R$ 110,28/MWh. Essa redução é resultado do excedente hidráulico da região Norte no período, característica já esperada devido a sazonalidade das afluências. Esse fato fez com que, em boa parte dos períodos, o preço da região estivesse no PLD Mínimo regulatório, no valor de R$ 49,77/MWh.
A redução no preço, principalmente para a região Norte, é comum quando se aproxima do fim do período úmido, ocasião em que os reservatórios estão relativamente mais cheios e há maior oferta de energia hidráulica. “Embora o resultado dessas movimentações ainda seja um PLD menor, temos um cenário hídrico bastante desafiador. Os reservatórios no Sudeste não se recuperaram durante o período úmido e estão abaixo do esperado. Na região Sul, por outro lado, tivemos uma recuperação dos níveis de armazenamento em fevereiro. Temos que acompanhar a evolução desses indicadores nos próximos meses para termos uma maior clareza de cenário”, explica Talita Porto, vice-presidente do Conselho de Administração da CCEE.
A Câmara de Comercialização é a responsável pelo cálculo do preço e nos três primeiros meses também cumpriu a meta regulatória de publicar o PLD para cada hora de cada dia até as 20h do dia anterior, facilitando o dia a dia de quem opera no Mercado de Curto Prazo. A implementação do preço horário foi um marco do setor elétrico brasileiro e mudou a referência para contratos de compra e venda de energia no mercado de curto prazo.
“O comportamento adequado do PLD Horário tem garantido mais segurança na contabilização e liquidação do MCP e sentimos que o mercado está cada vez mais confiante e seguro em relação ao novo modelo de precificação. Foi uma mudança de chave muito positiva para o setor”, finaliza Talita.