CPFL compra AES Sul por R$ 1,7 bilhão
A CPFL Energia anunciou nesta quinta-feira, 16 de junho, a compra da AES Sul. O valor total da transação é de R$ 1,698 bilhão, sendo R$ 1,403 bilhão a ser pago na data de fechamento mais R$ 295,455 milhões relativo a aumento de capital realizado pela AES Guaíba na AES Sul no último dia 26 de fevereiro. Também o preço será ajustado em até 45 dias da data de fechamento (não especificada), pelas variações de capital de giro e de dívida líquida (exceto a variação do aumento de capital), desde 31 de dezembro de 2015.
De acordo com fato relevante ao mercado, divulgado na manhã desta quinta-feira, para o fechamento do negócio é preciso aprovação prévia da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de terceiros, incluindo credores da AES Sul, e dos acionistas da CPFL, em assembleia geral extraordinária (AGE) a ser convocada. Os controladores se comprometeram a votar favoravelmente na AGE, ainda de acordo com o comunicado.
Analistas estavam acompanhando o interesse da CPFL em distribuidoras no Rio Grande do Sul, onde também a companhia atua por meio da RGE. Em março, quando foi questionado em teleconferência de resultados sobre aquisições no Estado, o presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr, confirmou que estava atento a oportunidades.
“Obviamente a CPFL é um player que está bem posicionado no Rio Grande do Sul, detém uma concessão no mercado que mais cresce no Estado e é a concessão mais eficiente lá, então, por óbvio, vai avaliar”, afirmou, ponderando que manteria foco na disciplina de capital da companhia.
O presidente da AES Brasil, Julian Nebreda, afirmou que a venda da distribuidora gaúcha AES Sul para a CPFL não afeta os demais ativos do grupo no País. Em nota divulgada no site da AES Brasil, o executivo afirmou que a estratégia do grupo segue sendo a de “melhorar a qualidade dos serviços e satisfação do cliente da AES Eletropaulo, aumentar a presença em geração, por meio da AES Tietê, retomar a operação da AES Uruguaiana e ofertar ao mercado soluções inovadoras de energia pela AES Ergos”.
Sobre a operação, o executivo declara apenas que a mudança acionária está prevista para acontecer até o fim de 2016, tendo em vista que o acordo ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de credores da AES Sul. “Até lá, a AES continuará operando a distribuidora, mantendo o planejamento e investimentos previstos”, afirmou.
A AES Sul atua em 118 municípios da região central do Rio Grande do Sul e é responsável por 30% da energia consumida no Estado, destacou o grupo.