Potencial da energia solar pode atingir 30 mil GW
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Absolar) —
O potencial técnico da energia solar fotovoltaica no Brasil pode chegar a 30 mil GW. O número é superior à somatória das demais fontes de geração do País, e mais de 200 vezes maior do que a capacidade instalada da atual matriz elétrica brasileira, que é de 143 GW. Em 2015, a fonte registrou um crescimento superior a 300%, com expectativa de ampliação de mais de 800% em 2016, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Neste cenário de grandes oportunidades, o Grupo Canal Energia e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) promovem a primeira edição do Brasil Solar Power, nos dias 30 de junho e 1º de julho, quinta e sexta-feira, no Rio de Janeiro.
Um relatório recente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) sobre o potencial das energias renováveis no Brasil mostra que 2015 foi um ano recorde de geração de renováveis, e apurou, pela primeira vez, de modo quantitativo, o potencial técnico da energia solar fotovoltaica no País. O estudo aponta um potencial de geração centralizada (usinas de grande porte) de mais de 28.500 GW, considerando as diferentes regiões do País e espaços com viabilidade técnica, econômica e socioambiental para a implantação destes projetos. O levantamento já exclui da análise as regiões com áreas ambientais protegidas, como Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, terras indígenas, comunidades quilombolas e áreas de preservação permanente.
Já em relação à geração distribuída solar fotovoltaica – com a implantação dos sistemas em edifícios – um mapeamento preliminar da EPE aponta um potencial de mais de 164 GW apenas para os telhados de domicílios brasileiros. Este número deverá se multiplicar diversas vezes quando o mapeamento também incluir o potencial de edifícios comerciais, industriais, rurais e do poder público.
Segundo a Absolar, para se ter ideia da imensa magnitude do potencial da fonte solar fotovoltaica, é preciso tecer um comparativo com as principais fontes renováveis existentes atualmente no País, em especial a hidrelétrica e a eólica. Dados do mesmo relatório da EPE indicam que o potencial hidrelétrico brasileiro atualizado está em 172 GW, sendo que mais de um terço está localizado na região amazônica, com alta complexidade ambiental e social para o desenvolvimento dos projetos. Por outro lado, o potencial técnico eólico brasileiro está na faixa de 440 GW, com grande capacidade de sinergia com a fonte solar fotovoltaica em projetos híbridos solar-eólicos.
Uma das grandes características da fonte solar fotovoltaica é que encontra-se bem distribuída em praticamente todo o território nacional, mesmo quando excluídas as regiões de complexidade ambiental ou social. Por este motivo, o Brasil possui uma posição privilegiada para o aproveitamento de seu recurso solar. Por estar situado entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, próximo à linha do Equador, o Brasil possui ampla área com incidência mais vertical dos raios solares o que reduz a variação do recurso solar ao longo do ano, de modo que, mesmo no inverno, existem bons níveis de irradiação solar.
Segundo explica o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, embora a fonte contribua atualmente com 0,02% do atendimento à demanda da matriz elétrica brasileira, a projeção de crescimento da fonte indica que, até o ano de 2024, este percentual deverá atingir mais de 4%, e até 2030 mais de 8% da demanda nacional. “Este crescimento da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira trará maior diversidade de suprimento e segurança energética ao País, contribuindo para a atração e desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva nacional, com responsabilidade ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa”, observa.
A projeção da associação é de que o setor solar fotovoltaico será responsável pela criação de milhares de novas vagas de emprego até o ano de 2020, algo em torno de 20 mil a 60 mil novos postos de trabalho distribuídos em todo o Brasil. “O setor solar fotovoltaico está comprometido em contribuir para dinamizar a economia nacional e promover a retomada do crescimento econômico, em um momento em que o País precisa voltar a se desenvolver e gerar novas oportunidades às empresas e empregos aos brasileiros”, diz Sauaia.