Abragel e Abrapch se aproximam para defender PCHs e CGHs
Da Redação, de Brasília —
Duas associações empresariais que atuam na defesa das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s), mas têm estratégias distintas, descobriram que podem deixar as poucas diferenças de lado e, mesmo mantendo as identidades jurídicas independentes, podem, em muitos pontos, atuar conjuntamente na defesa do segmento. É o que acaba de acontecer entre a Associações Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e a Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidrelétricas (Abrapch).
A Abrapch foi fundada em abril de 2013 em função da necessidade que empresários do setor de PCHs e CGHs identificaram no sentido de contar com uma associação que se dedicasse exclusivamente a este segmento do setor elétrico, para enfrentar as enormes dificuldades e entraves existentes na época. Sucessora da Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE), constituída em 2000, a Abragel surgiu no ano de 2010, em consequência de uma reorganização estatutária, também com o mesmo objetivo de representar empreendedores dos setores de PCHs, mas que igualmente investem em UHEs, eólicas, solares e usinas térmicas movidas a biomassa.
Há poucos dias, o novo presidente executivo da Abragel, Márcio Severi, fez um convite ao também recentemente empossado presidente da Abrapch, Paulo Arbex, para participar da X Conferência de PCHs, a se realizar em São Paulo, nos dias 13 e 14 de setembro. Arbex confirmou a sua presença no painel que terá como tema “O futuro das PCHs: cenário atual”, do qual também participarão representantes do Ministério de Minas e Energia e da Universidade Federal de Itajubá.
Segundo Arbex, as duas associações têm mantido contato e colaboração constante em favor do desenvolvimento do setor de PCHs e CGHs, dispondo de visões convergentes a respeito da questão. “A nossa percepção é que temos mais pontos em comum do que divergências na defesa dos interesses dos empreendedores que atuam na área de PCHs e CGHs”, argumentou Arbex. Para Severi, “é muito importante que as duas associações possam caminhar juntas, considerando que as nossas diferenças são mínimas.”
Nesta terça-feira, 05 de julho, Severi fez uma apresentação sobre o momento atual e as tendências no mundo das pequenas centrais hidrelétricas, durante um evento de energias renováveis organizado pelo Partido Republicano da Ordem Social (Pros), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Como destacou, o Brasil dispõe hoje de mais de 1 mil PCH´s e CGH´s em operação, somando uma capacidade instalada de 5,2 GW. Todas essas usinas encontram-se espalhadas por 21 estados da federação, gerando inúmeros benefícios para o País, a começar pelo reduzido impacto ambiental. Além disso, seus equipamentos são todos produzidos no Brasil, o que contribui para a geração de emprego e renda. Em termos operacionais, as PCHs e CGHs reduzem as perdas elétricas e aumentam a segurança energética, produzindo um grande efeito multiplicador na economia.
Existem algumas situações que têm afetado os empreendimentos de PCHs , como a contratação anual incerta. Hoje, por exemplo existem 3 GW de projetos aprovados que aguardam leilões. Outra dificuldade é a sobrecontratação de energia por parte das distribuidoras, face à recessão econômica.