Abraceel diz que ML cresceu 32,8% em 2021
Maurício Corrêa, de Brasília —
O mercado livre de energia elétrica registrou forte crescimento em 2021, desempenho refletido em indicadores como faturamento, quantidade de consumidores e volume de energia movimentada, de acordo com um relatório de circulação interna produzido pela associação dos comercializadores, a Abraceel, e destinado às empresas associadas
O site “Paranoá Energia” teve acesso ao documento, o qual mostra que o Ambiente de Contratação Livre também tem sido o principal vetor do desenvolvimento de energias de fontes renováveis, impulsionando a transição energética e a economia de baixo carbono.
E os números do mercado livre são impressionantes. Segundo a Abraceel, em 2021, os agentes do mercado livre registraram faturamento recorde, com negociações de R$ 162 bilhões, o que significou um crescimento de 32,8% em relação aos R$ 122 bilhões negociados em 2020.
“Esse faturamento, importante ressaltar, é livre de impostos, encargos e tarifas de uso do sistema de transmissão e distribuição, sendo resultado exclusivamente das negociações realizadas na compra e venda da energia elétrica no mercado livre”, diz o relatório interno da associação.
Nesse contexto, segundo a associação, o mercado livre de energia passou a responder por 34% de toda a eletricidade consumida no Brasil, contra 32% em 2020. Isso se deve, principalmente, ao ingresso de 5.407 unidades consumidoras nesse ambiente, um aumento de 25% no último ano.
Vale lembrar que durante a maior parte da sua existência, o ML ficou patinando em torno de 28%/30% da energia consumida no País, devido ao inexplicável corpo mole feito durante anos por sucessivas autoridades que ocuparam o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica. Essas autoridades sempre protegeram o mercado cativo das distribuidoras, numa visão arcaica do mercado de energia elétrica que desconhecia o papel dos consumidores nas sociedades modernas.
Agora, em rota de crescimento e se preparando para uma expressiva ampliação com as medidas legais que deverão ser tomadas nas próximas semanas no Congresso Nacional, o mercado livre de energia, na avaliação da associação, tem se mostrado o principal incentivador do desenvolvimento de fontes renováveis, em linha com as preocupações globais de descarbonização da economia.
“Em 2021, 48% da produção elétrica oriunda de fontes renováveis – eólicas, solares, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas – foram absorvidas no ambiente livre. Essa parcela já foi de 42% em 2020 e de 41% em 2019. No ano passado, o mercado livre foi destino de 74% da energia gerada por usinas a biomassa, 57% de PCHs, 38% de eólicas e 19% de solar”, esclareceu a Abraceel em seu relatório aos associados.