Triste papel de algumas distribuidoras
Matéria produzida pela Agência Estado e disponibilizada sob contrato aos leitores deste site mostra que a Aneel tomou a decisão de reduzir as tarifas de várias distribuidoras devido às cobranças indevidas praticadas ao longo de anos.
Ponto para a Aneel. Finalmente os consumidores ganharam alguma coisa neste País em que a geração de energia elétrica custa relativamente pouco, mas a conta de luz quando chega aos consumidores é salgadíssima.
O mais incrível é que essas distribuidoras davam uma de morto. Ficavam ali, quietinhas, só faturando indevidamente. Uma vergonha.
E não estamos tratando de distribuidoras de fundo de quintal, não. Estamos falando de empresas vinculadas a grandes conglomerados de energia elétrica, todas, aliás, de controle internacional: CPFL, Enel e Neoenergia.
Outros processos continuam na pauta e houve o caso de uma distribuidora que recorreu à Justiça, e teve a sua reivindicação atendida, para não ter a tarifa reduzida pela Aneel.
O fato é que, nessa cruzada contra as tarifas elevadas de energia elétrica, o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso Nacional estão dando de 7 a 1 no setor elétrico brasileiro e nos governadores estaduais.
Este site entende que o direito de espernear cabe em qualquer situação, mas é muito difícil ficar ao lado de empresas que vinham cobrando acima do que deviam cobrar e simplesmente ficavam na moita, como se não fosse com elas.
Com os governadores estaduais a luta é bastante parecida. Nenhum presidente da República tinha tido a coragem de peitar os estados, principalmente a poucos meses de eleições gerais. Muita gente vê populismo da parte do presidente da República, outros enxergam desespero diante das pesquisas eleitorais que não lhe são favoráveis.
Sem entrar no mérito das pesquisas, pois não é o caso, concretamente, populismo ou não, desespero ou não, o fato é que Bolsonaro está tomando uma atitude de risco, mas corajosa, que também vai beneficiar os consumidores de energia elétrica, ao determinar o limite na cobrança de ICMS sobre as faturas do setor.
Isso tanto é verdade que a própria Oposição ficou atônita e perdeu o rumo de casa. E foi obrigada a votar a favor da proposta de Bolsonaro, pois ninguém é doido de ficar contra uma decisão que beneficia os consumidores de energia elétrica, que, por sua vez, também são eleitores.
O mesmo raciocínio se aplica à questão da tributação incidente sobre os combustíveis. Neste caso, Bolsonaro e as forças partidárias que o apoiam no Congresso passaram como uma motoniveladora por cima da Oposição.
Não há dúvidas que Bolsonaro aplicou uma espécie de xeque mate na Oposição. No jogo de xadrez, como se sabe, o xeque mate é uma jogada que representa o final da partida, pois chega-se ao momento em que o rei não pode se mover para nenhuma outra casa sem ser tomado por uma peça do adversário.
Resta saber se, faltando pouco mais de 80 dias para a eleição, haverá tempo suficiente para Jair Bolsonaro e seu grupo político capitalizarem eleitoralmente essas mudanças tarifárias profundas que estão afetando as áreas de energia elétrica e de combustíveis.