UE define teto para preço do GN em 180 euros
Os Estados membros da União Europeia (UE) chegaram nesta segunda-feira, 19, ao acordo por um teto ao preço do gás no bloco, no valor de 180 euros por megawatt-hora (MWh). O “mecanismo temporário”, como definiu a UE, entra em vigor a partir de 15 de fevereiro de 2023 e será monitorado pela Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (Acer, na sigla em inglês).
O teto será ativado toda vez que o contrato futuro do mês seguinte do Instrumento de Transferência de Título (TTF, em inglês) exceder 180 euros/MWh por três dias úteis ou quando o preço do GNL futuro atingir 35 euros/MWh acima da referência do mercado global pelo mesmo período.
Com o mecanismo ativo, transações futuras de gás natural dentro do preço dinâmico de leilão – referência para os mercados globais do produto – não devem ter permissão para acontecer, segundo a UE.
Uma vez ativado, o teto terá duração mínima de 20 dias úteis e só será retirado quando o preço dinâmico de leilão estiver abaixo de 180 euros/MWh por três dias úteis consecutivos.
De acordo com a Comissão, ele também pode ser desativado a qualquer momento caso exista uma emergência na cadeia de suprimentos regional do bloco, com estoques insuficientes para atender a demanda.
A Acer será responsável pelo monitoramento e notificação em casos de ativação ou desativação do teto de preços ao gás natural.
Queda no consumo de GN na Europa
O consumo de gás natural da União Europeia recuou 20,1% entre agosto e novembro deste ano, na comparação com o consumo médio dos mesmos meses entre 2017 e 2021, informou nesta terça-feira, 20, a Eurostat, agência de estatísticas do bloco. O órgão lembra que houve medidas coordenadas para reduzir essa demanda pelo produto, no âmbito do plano para encerrar a dependência da UE de combustíveis fósseis da Rússia.
A meta para redução no consumo de gás era de 15%, para o período entre agosto de 2022 e março de 2023, lembra a Eurostat, na comparação com a média do mesmo período dos cinco anos anteriores. Até agora, portanto, essa meta está sendo cumprida com folga.
Entre agosto e novembro deste ano, o consumo de gás natural recuou na maioria dos países do bloco. Em 18 países, o consumo recuou acima da meta de 15% e em alguns, como Finlândia, Letônia e Lituânia, bem acima disso. Já seis países tiveram corte no consumo, porém sem alcançar os 15%, enquanto em Malta (+7,1%) e na Eslováquia (+2,6%) houve aumento, de acordo com a Eurostat.