A hora e a vez da energia nuclear
A Abdan, associação que reúne as empresas com interesse na área nuclear, realizará um evento no Rio de Janeiro, no dia 14 de março (em conjunto com a Eletronuclear), cujo propósito é mostrar que o segmento está pronto para crescer e que o Brasil não pode ficar vivendo ainda o mundo de trevas e ignorância que se desenvolveu em relação às atividades nucleares nas últimas décadas.
A iniciativa da Abdan e da Eletronuclear é muito oportuna e o “Paranoá Energia” deseja amplo sucesso ao evento. Já está passando da hora de descartar os preconceitos que existem em relação à energia nuclear, os quais, aliás, se inserem no conjunto de “fake news” que são divulgadas para denegrir a energia térmica em geral e até mesmo as pequenas centrais hidrelétricas (PCH´s).
Este site já assinalou antes e não custa nada repetir. Não temos preconceito em relação às fontes de energia. E entendemos que todas são válidas e têm espaço num País como o nosso, que tem uma vocação inequívoca para o crescimento e sempre precisa de energia.
O editor deste site sugere que se perca alguns minutos com a leitura da manchete, que trata da energia nuclear no Brasil. Trata-se de matéria originalmente produzida pela agência “Sputnik Brasil”, cujo conteúdo o “Paranoá Energia” está autorizado a reproduzir desde outubro do ano passado.
De fato, desde então, várias matérias produzidas pela agência foram veiculadas pelo “Paranoá Energia”, sempre dando o crédito da autoria. A “Sputnik Brasil” cobre muito bem uma área que assumiu outra dimensão, a partir da guerra na Ucrânia, que é a questão da energia na Europa e no mundo globalizado. E esse material tem sido eventualmente disponibilizado aos leitores do “Paranoá Energia”, com objetivo de contribuir com textos de alto nível para o debate sobre o tema.
O Brasil hoje conta com duas usinas nucleares em operação e uma terceira vai se desenvolvendo a passos de tartaruga. O ex-ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, tem um papel relevante nessa história, pois muito do seu esforço foi dedicado à restauração do projeto de Angra 3, com garantia de recursos orçamentários para que a usina seja terminada.
É uma vergonha para o Brasil que os equipamentos estejam comprados há anos e que sucessivas gestões de governos civis tenham simplesmente deixado Angra 3 no quinto plano das prioridades públicas.
Albuquerque é um almirante e, antes de assumir o MME, era o responsável pela construção do programa de submarinos brasileiros, que engloba um submarino nuclear. A Marinha sempre esteve na vanguarda em relação às atividades nucleares no País e o ex-ministro também dedicou bastante tempo e inteligência ao prosseguimento do projeto do submarino nuclear.
Esses assuntos seguramente serão discutidos no evento de 14 de março. Está na hora de mostrar que a energia nuclear não é um bicho papão. E o grande exemplo vem da Alemanha, que embarcou no trenzinho romântico da energia totalmente renovável, desativou grande parte do seu parque nuclear e agora, depois das consequências da guerra na Ucrânia, não só viu o preço da sua energia elétrica subir como foguete como também corre o risco de ter sérios apagões no médio prazo.