A Cpamp e o ET de Varginha
Alguém poderá dizer, de forma equivocada, que é perseguição da parte do editor deste site. Não é. Acontece que qualquer coisa que diga respeito à tal da Cpamp é tão surrealista, que não há como jogar para baixo do tapete e fingir que não está acontecendo.
O próprio nome do grupo já é extraordinário: Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico. O burocrata que criou esse palavrão merecia um prêmio.
O mais incrível é a resistência da Cpamp. Entra governo, sai governo, ela está lá, firme que nem uma rocha na estrutura do MME. Entra PT, sai PT, entra Bolsonaro, volta Lula. Ninguém no MME entende direito o que ela faz e esse talvez seja o segredo da longevidade da Cpamp, pois não se consegue acabar com a Cpamp. Como ninguém sabe o que faz, vai ficando.
Como se já não fosse um exagero a existência dessa própria Cpamp, descobre-se agora que ela tem uma Coordenação de Trabalhos Técnicos. Ora, se tem essa coordenação é porque talvez existam outras coordenações, de trabalhos não-técnicos. É possível que essa Cpamp tenha uma realidade paralela e fique por aí, meio solta, entre buracos negros, galáxias desconhecidas e estrelas distantes.
Tudo isso é absolutamente desnecessário. Dinheiro jogado pela janela. Cpamp, programas computacionais de formação de preços do setor elétrico. Que ninguém se engane: só existem para aumentar o custo da conta de luz, pois no fundo quem banca esse festival de futilidades matemáticas aplicadas ao setor elétrico é o pobre coitado do cidadão brasileiro, que nem sabe que essas coisas existem. Só os gênios matemáticos conseguem entender a razão do significado ontológico da existência da Cpamp.
Está aí uma boa sugestão para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Ele, que tem os pés no chão e uma preocupação legítima com a redução dos custos da energia elétrica, poderia começar pela própria Casa, acabando com uma comissão que não serve para absolutamente nada e que não passa de um devaneio dos burocratas do setor elétrico.
Em sequência, Silveira poderia mirar no exemplo de outros países e acabar também com essa formação de preços por programas computacionais, que é algo que serve apenas para empregar alguns gênios matemáticos encastelados no Cepel e em algumas consultorias. A Cpamp e os programas computacionais de formação de preços estão para o setor elétrico como o ET de Varginha está para a Ufologia.
Em tempo: a Coordenação de Trabalhos Técnicos da Cpamp, que não deve ter muito o que fazer — pois a Cpamp também está perdida no tempo e no espaço — está promovendo um workshop nesta terça-feira, dia 04 de abril, às 15 horas.
O objetivo do evento é discutir as atividades desenvolvidas desde 2022. Realmente, vão ter muita coisa para discutir. Sairão todos muito estressados e cansados do workshop. Este editor inclusive lança uma proposta para que os participantes do evento talvez mereçam uns dias de descanso, pois será algo muito estafante.