Na Era Prates, RN está em paz com Petrobras
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o acordo firmado nesta sexta-feira, 16, com o Senai-RN, para estudos do potencial da região da Margem Equatorial para projetos eólicos offshore, “inaugura uma nova era no Brasil através do Rio Grande do Norte”. A parceria pretende detalhar o potencial da região, que preliminarmente indica uma capacidade instalada de 51 gigawatts.
Ele lembrou que o Rio Grande do Norte é líder na geração de energia eólica em terra e tem tudo para sair na frente na nova tecnologia que promete aumentar expressivamente a geração de energia no País.
De acordo com Prates, os investimentos em eólica offshore no Brasil podem atingir R$ 300 bilhões nos próximos 30 anos, e o Norte e Nordeste podem liderar esse movimento, assim como da produção de hidrogênio verde, que precisa de energia limpa para ser produzida.
“Os projetos (hidrogênio verde) serão logicamente acoplados à geração eólica offshore”, disse Prates.
Ex-senador pelo Rio Grande do Norte, Prates havia prometido no início da sua gestão na Petrobras que a empresa permaneceria no Estado e no Ceará, apesar dos desinvestimentos feitos pelo governo Bolsonaro, que concentrou as atividades da empresa no Sudeste.
Ele anunciou que na segunda-feira, 19, será reinaugurada a sede da Petrobras em Natal (RN).
Além disso, será criado um centro de excelência junto com o Senai-RN para ampliar os estudos para instalação de parques eólicos offshore.
Ele voltou também a afirmar que a estatal vai continuar investindo forte na exploração e produção de petróleo, o que será fundamental para financiar a transição energética.
“O petróleo que a gente está usando no presente vai gerar recursos para a transição energética”, disse em entrevista coletiva online após o lançamento da parceria com o Senai-RN.
A Petrobras e o Senai do Rio Grande do Norte assinaram, nesta sexta-feira protocolo de intenções para desenvolver ações e estratégias voltadas à transição energética, energias renováveis e descarbonização no Brasil.
Um dos possíveis desdobramentos será a ampliação e o aprofundamento do mapeamento do potencial eólico offshore na Margem Equatorial Brasileira.
O documento estabelece ainda o compromisso da criação de um Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT) de referência para pesquisa e desenvolvimento desses setores.
Mais poços serão perfurados na Bacia Potiguar
Conforme já havia antecipado ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em evento no Rio Grande do Norte nesta sexta-feira, 16, que vai perfurar mais dois ou três poços no campo de Pitu, na bacia Potiguar, localizado na Margem Equatorial brasileira.
Ele informou que ainda aguarda o licenciamento para a exploração do local, um dos poucos ativos que restaram no Estado após os desinvestimentos feitos pela gestão anterior da estatal.
“Os dois poços viriam em sequência ao da Foz do Amazonas, mas pode ser que seja mais simples e vamos ver qual processo vai evoluir mais rápido. Saindo (o licenciamento) vamos trazer a sonda que estava na Foz”, informou Prates.
Ele explicou que a descoberta de Pitu ocorreu em 2015, mas foi deixada de lado apesar do interesse da empresa. Agora, o objetivo será conhecer melhor o reservatório, e se a campanha for bem-sucedida, será a volta da produção da Petrobras em águas profundas do Estado.
“Ainda não saiu o licenciamento, mas a intenção é de perfurar, enfatizando todo o meu respeito ao licenciamento do processo ambiental”, disse ele, rebatendo notícias de que haveria pressão da empresa para obter a licença para a exploração na bacia da Foz do Amazonas que foi negada pelo Ibama.
A Petrobras entrou com recurso e ainda aguarda a liberação da licença para os dois locais.