Opep sonda Guiana para entrar no grupo
Guiana, o pequeno país sul-americano que descobriu grandes reservas de petróleo nos últimos anos, foi sondado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para se juntar ao grupo. O convite teria vindo do ministro da energia saudita, Abdulaziz bin Salman, e do secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, segundo dois representantes da Opep informados sobre a abordagem.
Até o momento, o país optou por não aceitar o convite. O vice-presidente da Guiana Bharrat Jagdeo afirmou que a entrada arriscaria a Guiana a ficar em dívida com os esforços da Arábia Saudita e de outros membros que trabalharam para reduzir a oferta global e sustentar os preços do petróleo.
Se a Guiana aderisse, seria o primeiro novo membro em cinco anos e o menor país do bloco em população, com menos de um milhão de habitantes. A expectativa é de que, em breve, o país se torne um dos maiores produtores de petróleo per capita do mundo.
A Exxon Mobil e seus parceiros asseguraram mais de US$ 40 bilhões em projetos de petróleo no país, com a previsão de extrair mais de um milhão de barris por dia até o final da década. O FMI projeta que o PIB da Guiana aumentará 37% em 2023
Nos últimos anos, a Opep, liderada pela Arábia Saudita, expandiu sua participação com países africanos e firmou uma aliança com a Rússia e outros países da antiga União Soviética e da Ásia, chamada Opep+.
A decisão da Guiana de não ingressar na Opep ocorre no momento em que o grupo vê sua influência sobre a oferta global e os preços diminuir. Os países produtores de petróleo fora da Opep+ devem se expandir mais rapidamente nos próximos cinco anos do que o bloco, de acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado em meados de junho.
Projeta-se que os produtores não pertencentes à Opep aumentem a produção em 5,1 milhões de barris por dia, liderados pelos EUA, Brasil e Guiana, afirmou. Por outro lado, os 23 membros da Opep+ adicionarão uma nova capacidade de 800 mil barris por dia, já que os investimentos na Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iraque devem ser compensados por quedas na Rússia e entre países africanos e asiáticos.