O fogo amigo adora Silveira
Recentes ataques pessoais ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, comprovam algo que este site já havia antecipado há algum tempo.
As forças anti-Silveira, dentro do próprio Governo, estavam apenas acumulando forças para tentar novamente detonar o ministro, depois do fracasso na primeira tentativa, que ocorreu dentro do curto prazo de 100 dias do atual Governo.
Vale lembrar que essas mesmas forças políticas que habitam o mundo movediço do fogo amigo já tentaram de tudo para derrubar o ministro. Não desistem e estão sempre tentando.
Usando os artifícios que são pouco éticos na política, em primeiro lugar impediram que o ministro Alexandre Silveira montasse a sua própria equipe e, em consequência, fossem indicados nomes que eram da preferência daqueles que hoje o hostilizam nos bastidores.
Em seguida, tendo conseguido nomear um secretário-executivo da sua confiança, o ministro de Minas e Energia teve o dissabor de acompanhar em determinados veículos de comunicação uma verdadeira campanha contra o técnico escolhido.
Apesar de toda essa guerra, Silveira manteve-se no cargo e, mais do que isso, começou a mostrar serviço, pois a sua equipe técnica está trabalhando bem. A guerra acabou? Coisa nenhuma. Agora o fogo amigo dá as caras novamente e o próprio ministro é atacado na sua pessoa física.
Todo mundo sabe que existe um tiroteio na Esplanada dos Ministérios. De um lado está o partido majoritário da coalizão de Governo e do outro estão partidos que oferecem suporte ao presidente Lula, mas que não rezam pela cartilha do partido majoritário.
Uma situação absolutamente normal na política e bastante razoável para garantir a governabilidade e o equilíbrio democrático. O segredo consiste em fazer essa geringonça funcionar com o mínimo de atropelos. Ao que tudo indica, o presidente Lula está tendo alguma dificuldade para encontrar o ponto de equilíbrio.
Dentro dos assuntos que fazem parte da agenda do MME, essa divergência é evidente. Está mais do que patente a briga de foice no escuro que a cada dia tem um novo capítulo, entre o ministro Alexandre Silveira e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, um petista de alto coturno e aliado de Gleisi Hoffman e Rui Costa, os principais nomes da ortodoxia do PT.
Oficialmente, a divergência é de natureza conceitual e se dá em torno do aproveitamento do gás natural que a Petrobras não aproveita diariamente. Para Silveira, isso é uma heresia energética, considerando que o gás natural é um combustível nobre, que pode ser aproveitado no processo industrial de uma variedade sem fim de empresas, reduzindo os custos.
No fundo, estão visões de mundo totalmente diferentes, embora seus representantes apoiem o presidente Lula. As coalizões, de modo geral, em todos os países e em todas as épocas, normalmente se transformam em sacos de gatos e aqui não poderia ser diferente. O árbitro decide. E aqui o árbitro chama-se Lula.
O que se perde, entretanto, é uma quantidade enorme de energia (que os leitores perdoem a palavra) pessoal com essa guerrilha, pois trata-se de um ministério que está dando certo, desde que Silveira conseguiu montar a sua equipe técnica.
Ou seja, sendo um ministério que faz um bom trabalho, o produto final é amplamente favorável ao governo. Mas, à sombra do presidente Lula, existem aqueles que não estão interessados no sucesso do ministro Alexandre Silveira e nem no sucesso do Brasil. Pensam apenas, de forma mesquinha e antipatriótica, nas suas burocracias partidárias e nos cargos que poderão eventualmente distribuir aos companheiros, caso Silveira seja afastado.
Essa confusão ainda vai render muitos capítulos. A guerra está apenas no terceiro capítulo.