Aneel tirou o sofá da sala
Havia muita expectativa a respeito de como seria a abertura da reunião semanal da diretoria da Aneel nesta terça-feira, 15 de agosto, depois do infeliz comportamento do diretor Fernando Mosna na reunião anterior.
Por discordar de um procedimento do diretor-geral Sandoval Feitosa, a respeito da indicação do novo procurador-geral junto à agência, Mosna pisou na bola e disse que aquilo era uma farsa, uma atitude pouco democrática de Feitosa, uma tratativa unilateral, um fato consumado apenas comunicado a posteriori aos demais diretores, uma decisão monocrática e, enfim, uma traição na forma de uma punhalada pelas costas. Tudo isso sendo transmitido ao vivo pela internet. Deus Pai, o mundo do setor elétrico veio abaixo.
Sandoval ouviu educadamente e apenas encerrou a reunião, pois Mosna e o diretor Ricardo Lavorato Tili se retiraram. Ficou sem quorum. Muita gente, é lógico, queria saber como seria a abertura da reunião de hoje. Este editor, que aprecia um tititi, ficou atento à abertura da reunião desta terça-feira, pois havia a expectativa de ser o segundo capítulo da novela.
Não aconteceu nada, pois a Aneel simplesmente tirou o sofá da sala. Mais ou menos como na piada da traição conjugal em que o marido traído se limitou a eliminar o sofá e tocou a vida em frente. Com certeza, foi melhor assim para a Aneel. Seus diretores trataram do rescaldo do episódio de modo civilizado.
Sandoval, que já estava calmo na reunião anterior, ficou mais calmo ainda. Os diretores Tili (cuja divergência era uma rusga de importância menor, fácil de ser acomodada), Hélvio Guerra e Agnes Aragão da Costa participaram normalmente, como se nada tivesse acontecido. E o diretor Mosna alegou outros compromissos e participou na forma remota, bastante calmo. Não se sabe se estava sob o efeito de algum chá de camomila.
Enfim, todo mundo se dirigiu aos demais em alto nível, até o momento que este editor acompanhou pela internet, como deve ser sempre em todas as reuniões da Aneel. Ninguém deu piti desta vez e o mundo seguiu em frente.
O problema aparentemente está nos dias 08. O “Paranoá Energia” avalia que o episódio de 08 de agosto, ao contrário do 08 de janeiro, está aparentemente superado e que, sobretudo, valeu como ensinamento para todos os dirigentes e servidores qualificados da Aneel.
Na próxima reunião pública, o diretor Mosna não precisa se envergonhar e pode participar presencialmente, sem constrangimento. É um diretor sério, responsável, e as pessoas precisam ter maturidade para compreender que qualquer um corre o risco de ter o estresse que ele teve.
Divergências acontecem em todos os ambientes, inclusive no jornalismo. Aliás, no jornalismo isso acontece quase todo dia. O fundamental é não deixar o caldo entornar e manter a serenidade, principalmente numa agência reguladora que é responsável por uma das principais áreas de infraestrutura no País. É o que os agentes e consumidores querem que aconteça sempre.
Vida que segue, Aneel. Há muito trabalho pela frente no SEB.