ONS terá relatório final em 30 dias
Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS) —
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) distribuiu um comunicado, informando que já foi terminada a análise preliminar do apagão de 15 de agosto. O relatório definitivo levará 30 dias para ficar pronto.
A nota do ONS tem o seguinte teor:
“O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) concluiu a análise preliminar dos eventos ocorridos em 15 de agosto de 2023. Foi constatado que o primeiro evento da ocorrência foi a abertura, por atuação incorreta da proteção, da LT 500 kV Quixadá-Fortaleza II. O desligamento isolado não causaria o impacto visto no SIN e este é um ponto que ainda está sendo apurado. Neste momento, as equipes do Operador seguem aprofundando a análise da ocorrência, estando prevista para o dia 25 de agosto próximo a realização de reunião com os agentes envolvidos, além do MME e ANEEL, para avaliar detalhadamente as causas e as consequências da ocorrência. Essa avaliação será consolidada em um Relatório de Análise da Perturbação (RAP), que leva cerca de 30 dias para ser concluído.
O levantamento realizado até o momento da sequência de eventos verificada em 15 de agosto de 2023, quando foi registrada interrupção no fornecimento de cerca de 18.900 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN), indica que houve, após a abertura da linha, afundamento brusco de tensão seguido da atuação de proteções de caráter sistêmico instaladas no SIN, as quais têm por objetivo conter e minimizar a propagação das perturbações no SIN, além das proteções intrínsecas dos equipamentos.
De acordo com as conclusões preliminares já alcançadas, as proteções sistêmicas, que são mecanismos automáticos de intervenção no SIN, com destaque para a proteção de perda de sincronismo (PPS) e o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), foram sensibilizadas de modo a evitar oscilações no sistema após a ocorrência do distúrbio inicial. As indicações preliminares são de que a atuação dessas proteções foi correto. Além disso, cabe destacar que a atuação do ERAC foi uma das razões que permitiu o rápido restabelecimento de 100% da carga no Sul e no Sudeste/Centro-Oeste em aproximadamente uma hora.
“Tivemos um evento de grandes proporções e uma resposta ativa e adequada. A análise preliminar aponta as causas do ocorrido e agora vamos aprofundar os estudos para redefinir mecanismos de prevenção. As ações de segurança que foram adotadas permitiram, por exemplo, que subsistemas que não estavam no centro do problema tivessem uma retomada mais rápida da carga. Por fim, destaco que o ONS se comprometeu a apresentar as primeiras conclusões em até 48 horas e estamos cumprindo este prazo. Nosso papel é esse: gerir o SIN de forma eficiente, transparente, responsável e à serviço da sociedade brasileira”, afirma o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.
Entenda o ocorrido e a cronologia da recomposição das cargas desligadas:
A ocorrência no Sistema Interligado Nacional (SIN) provocou a separação elétrica das regiões Norte e Nordeste das regiões Sul e Sudeste/Centro-Oeste, com abertura das interligações entre essas regiões.
• Às 08h43 foi iniciado o restabelecimento das cargas da região Sul, sendo concluída às 09h05
• Às 08h52 iniciado o restabelecimento das cargas do Sudeste/Centro-Oeste, sendo concluída às 09h33
• O SIN foi 100% recomposto às 14h49”.
Nota da Eletrobras
À noite, a Eletrobras também divulgou uma nota oficial, que dizia o seguinte:
“A Eletrobras informa que identificou o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá II/Fortaleza II, por atuação indevida do sistema de proteção, milissegundos antes da ocorrência de 15/08/2023, às 8h31, envolvendo o Sistema Interligado Nacional – SIN.
Destaca-se que a manutenção dessa linha de transmissão está em conformidade com as normas técnicas associadas.
Ressalta-se que o desligamento da citada linha de transmissão, de forma isolada, não seria suficiente para a abrangência e repercussão sistêmica do ocorrido. As redes de transmissão do SIN são planejadas pelo critério de confiabilidade “n-1″, de modo que, em caso de desligamento de qualquer componente, o sistema deve ser capaz de permanecer operando sem interrupção do fornecimento de energia.
A Eletrobras assegura que continua colaborando para a identificação das causas da perturbação, de natureza sistêmica, e dos motivos que levaram aos desligamentos ocorridos no SIN, sob a coordenação do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS”.