GSF ainda é um problemão
Apesar do carnaval feito pelos gestores anteriores da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que anunciaram uma fórmula mágica que colocaria um fim no problema criado pela polêmica questão do risco hidrológico (GSF), o assunto continua longe de estar resolvido e está por aí, como um fantasma, assustando muita gente.
Este site mesmo, confiando nas informações divulgadas pela CCEE, chegou a divulgar, na época, que o GSF era um assunto morto. Coisa nenhuma. Dados divulgados nesta quarta-feira, 10 de janeiro, pela própria CCEE, revelam que o chamado Mercado de Curto Prazo (MCP) liquidou somente R$ 1,07 bilhão em novembro de 2023, de um total de R$ 2,13 bilhões contabilizados. Em termos práticos, apenas a metade.
Em outras palavras, estes números significam que a CCEE contabilizou R$ 1,01 bilhão ainda represado por conta de liminares contra o pagamento do risco hidrológico no Ambiente de Contratação Livre. Ou seja, embora a CCEE tenha cantado de galo ainda não tem absolutamente nada resolvido em relação ao GSF. Ora bolas, estamos falando desse valor pequeninho que você leu na primeira linha deste parágrafo.
Ainda tem uma pendência de “apenas” R$ 1 bilhão, quase nada. Uma besteirinha, como devem pensar os burocratas que comandam o setor elétrico brasileiro. Esse fracasso em se encontrar uma solução para o GSF, afinal, é resultado de uma culpa coletiva, não apenas da CCEE. É do comando institucional do setor elétrico como um todo. Além da CCEE, nessa lambança estão as digitais do MME, da Aneel e do ONS.
Ninguém conseguiu aglutinar todas as inteligências que existem no SEB para encontrar uma bendita solução. Bem, o dinheiro não é deles, mas quem está deixando de receber sabe o verdadeiro significado desse calote amparado em decisões judiciais. A gestão atual da CCEE apenas herdou o abacaxi, mas um senhor abacaxi, que vale R$ 1 bilhão.
“Os agentes que possuem decisões judiciais vigentes para não participarem do rateio da inadimplência advinda das liminares de GSF perceberam adimplência próxima a 97,4%. Aqueles que seguem amparados por decisões que impõem o pagamento proporcional verificaram uma adimplência de cerca de 44,6%. Os credores que não possuem liminares receberam aproximadamente 34,7% de seus créditos”. detalha um comunicado distribuído pela CCEE.