No MME, mudança na Secex
O Ministério de Minas e Energia tem novo secretário-executivo: Arthur Cerqueira Valério, que entra no lugar de Efraín Pereira da Cruz.
Quem olha para o currículo do novo secretário-executivo, vê claramente que é um servidor público preparado na sua carreira profissional.
Talvez estaria melhor alocado se fosse em outra função no Governo, pois o fato de ter sido consultor jurídico do MME não significa que conheça a área de energia.
O setor de energia (não só o mercado elétrico, mas também a área de óleo e gás) reagiu muito mal à escolha. Em ON, nos veículos de comunicação, todo mundo vai aplaudir e desejar boa sorte, mas, nos bastidores, a escolha do ministro Alexandre Silveira foi pessimamente recebida.
Não é preciso ser um engenheiro da área de Energia para ser um secretário-executivo. José Serra não se formou em Medicina e foi excelente ministro da Saúde.
Mas é preciso conhecer tecnicamente o assunto, pois o MME é uma Pasta muito complexa. Sem ser da área, o ministro Silveira, que já está lá há um ano, hoje conhece um pouco mais do que jargão. E conhecer contratos de Energia, como provavelmente o novo secretário deve conhecer, não significa que a sua base de conhecimentos técnicos seja relevante.
E isso é obviamente um problema. Já havia acontecido com o então ministro Bento Albuquerque, no início do Governo Bolsonaro, que indicou uma especialista em Contabilidade para o posto estratégico de número dois na Pasta. Bem, muito tempo antes, com o falecido ministro Rodolfo Tourinho também aconteceu de nomear um diplomata para ser o secretário-executivo.
A especialista em Contabilidade provavelmente entende tudo sobre orçamentos, balanços, ativos e passivos. Mas, em público, não falava sobre assuntos técnicos.
O diplomata também deve saber tudo sobre diplomacia (tanto que foi embaixador) e o advogado público Arthur Cerqueira Valério deve ser ótimo conhecedor dos meandros do Direito.
Até aí morreu o Neves, pois a complexa área de Energia seguramente exige alguém com mais conhecimentos técnicos. É por isso que o mercado está chiando.
O novo secretário-executivo do MME é um especialista em Direito Público. Foi analista judiciário, da Justiça Federal do Paraná. Depois ingressou na carreira como advogado da União, na Consultoria Jurídica junto ao Ministério dos Transportes.
Também foi chefe de gabinete do procurador-geral da União, consultor jurídico do Ministério das Cidades (2016) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (2016/2019). Agora, estava na Consultoria Jurídica do Ministério de Minas e Energia.
Provavelmente sabe acender e apagar a luz. Mas é possível que não saiba a diferença entre etanol e metanol, da mesma forma que a Dona Dilma não sabia. E todo mundo sabe no que deu.
Enfim, é o Brasil. O jeito é rezar com muita fé para que dê certo. Ninguém torce contra. Nem o SEB e nem este editor. Mas que a situação é meio difícil, ninguém tenha dúvidas. É prá lá de complicada.