Galinhas não entendem de SEB
Agora que a nova diretoria do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) infelizmente já é uma realidade, este site não pode deixar de fazer um comentário a respeito do papel das associações empresariais do setor elétrico em relação ao que acontece nos órgãos institucionais do SEB.
É lamentável observar que essas organizações de modo geral só existem para puxar o saco, dar tapinhas nas costas das autoridades e entregar placas de homenagem. Há exceções, mas são poucas.
Não consta que alguma delas tenha protestado contra as indicações de pessoas absolutamente desqualificadas para os órgãos institucionais vinculados ao Ministério de Minas e Energia. Isso já vem acontecendo há algum tempo e todo mundo está na moita, tentando entender o processo e na expectativa do amanhã.
Segundo este site apurou, determinado cidadão foi indicado (e devidamente empossado) porque seria casado com a neta de um figurão da República. Estava desempregado, bem, e o Governo não poderia deixar de atender ao pedido do tal figurão, que adora a neta. O indicado não entende absolutamente nada para o cargo no qual tomou posse.
Não se trata apenas do ótimo salário que esse cara vai receber. Afinal, a República está, sempre esteve cheia de gente sortuda, que não faz nada e ganha bem. Um farsante a mais ou a menos não fará a diferença, pois o Brasil é um País muito generoso. A questão que está em jogo é a responsabilidade.
O fato que ninguém pode negar é que os agentes econômicos precisam ter confiança nos dirigentes institucionais, pois, caso contrário, a vaca vai pro brejo.
O mais curioso é que as associações pertencem às empresas, que são os tais agentes econômicos. E eles, os donos, orientam os dirigentes das associações, que são seus empregados, para fazer vista grossa a tais indicações escandalosas.
Dá para entender tamanha contradição? Não dá. Pelo menos este editor não entende, mesmo conhecendo um pouco os bastidores dessas associações, pois já foi assalariado de uma delas durante muitos anos e conhece o ambiente.
A consequência disso é que o Governo faz o que quer e ninguém bota a boca no trombone. Como relatou a este site um conhecido e desiludido consultor, “é triste ver o imobilismo e a letargia das entidades setoriais ante esse processo de desconstrução. São tempos bicudos, sombrios, e de total desapreço à governança institucional do setor elétrico”.
Este site concorda integralmente com a opinião. O pior é que para onde se olha no SEB, tem um monte de gente insatisfeita e falando mal. É possível ver facilmente que o Governo não tem o mínimo de autocrítica para entender o que se passa no seu entorno.
O MME tornou-se possuidor de um único discurso, que é a transição energética. É verdade que essa é uma bandeira importante para o País, mas a área de energia não é apenas isso. Tem um monte de problema pipocando por aí e o Governo toca a sua agenda única de transição energética. O SEB é uma espécie de panela de pressão e, aparentemente, vai dar m….
Num magnífico, didático e esclarecedor artigo recém-publicado no jornal “Valor Econômico”, o professor Edvaldo Santana, que sabe das coisas, alerta para a bomba-relógio dos subsídios que alimentam as energias renováveis. Enfim, ninguém sabe onde esse troço vai parar.
Este site tem absoluta convicção que não será das cabeças desse pessoal desqualificado que está ocupando posições estratégicas nas áreas institucionais que sairão propostas inovadoras para resolver os problemas fundamentais do setor elétrico brasileiro.
Uma piadinha que circula no SEB diz que um desses caras recém-empossados entende de energia elétrica tanto quanto 173 galinhas. E uma galinha não entende nada. Falando sério, esse pessoal entende muito pouco de energia elétrica e não está à altura dos desafios atualmente impostos ao SEB.