ONS projeta formação da La Niña
Da Redação, de Brasília (com apoio do ONS) —
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou as projeções do Programa Mensal da Operação (PMO) para agosto de 2024. Na apresentação, o Operador destacou que a situação hidrometeorológica nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste segue desfavorável. O mês de julho deve encerrar com a menor ENA no SE/CO, por exemplo.
“O acumulado de Energia Natural Afluente de outubro de 2023 a julho de 2024 só foi superior média de longo termo (MLT) na região Sul, com 236% da MLT. Os demais subsistemas registraram ENA inferior a 70% da MLT no mesmo período. Esse fator vem sendo acompanhado com atenção pelo ONS, que tem proposto medidas de preservação dos recursos hídricos, permitindo que estejamos atualmente com patamares confortáveis de Energia Armazenada”, afirmou Christiano Vieira, diretor de Operação do ONS.
A política operativa do ONS para o próximo mês prevê que o Sudeste/Centro-Oeste mantenha a geração dimensionada para manter o controle do nível dos reservatórios, economizando os recursos hídricos da região que concentra 70% dos reservatórios do SIN. Para o Nordeste, a perspectiva é uma geração dimensionada para maximizar os níveis de exportação de energia.
Isso significa aproveitar ao máximo a geração eólica, que tende a crescer no período entre julho e setembro. As condições favoráveis de afluência no Sul permitem que a produção no submercado seja ampliada em todos os patamares de carga. Por fim, para o subsistema Norte a prioridade é o monitoramento das afluências e vazões nas suas principais bacias.
Os resultados dos estudos mais recentes, apontam uma probabilidade de 70% no desenvolvimento do fenômeno La Niña entre agosto e outubro, com a sua manutenção ao longo do verão. Os efeitos mais comuns da La Niña no Brasil são o aumento das chuvas no Norte e no Nordeste e redução na região Sul.
Projeções de agosto
As projeções para a Energia Natural Afluente (ENA) ao final de agosto, apresentadas no boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) para a semana operativa entre os dias 27 de julho e 02 de agosto, estão abaixo da média histórica para o período em todo o Brasil. A região Sul tem a perspectiva mais elevada, com 92% da Média de Longo Termo (MLT), seguida pelo Sudeste/Centro-Oeste, com 59% da MLT; Norte, com 50% da MLT; e Nordeste, com 42% da MLT.
Os percentuais de Energia Armazenada (EAR) estimados para 31 de agosto são superiores a 50% em todas as regiões. Os subsistemas Norte e Sul têm as maiores estimativas de EAR: 84% e 80,9%, respectivamente. A EAR no Nordeste deve encerrar o próximo mês em 56,8% e no Sudeste/Centro em 55,2%. Ao longo do período seco, é natural que o comportamento deste indicador seja de redução, o que deve ser verificado nos próximos meses.
Os cenários prospectivos para a demanda de carga são de avanço no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em todos os subsistemas. As projeções são para o final do próximo mês. A aceleração no SIN deve chegar a 3,2% (75.432 MWmed). A expansão indicada para o subsistema Norte é de 7,1% (8.047 MWmed), seguido pelo Nordeste, com 5,8% (12.512 MWmed), e pelo Sul, com 5,6% (12.964 MWmed).
O Sudeste/Centro-Oeste tem perspectiva de crescimento de 1,1% (41.909 MWmed). A comparação é realizada entre os números verificados no mesmo período de 2023 e o estimado para agosto de 2024. O Custo Marginal de Operação (CMO) está equalizado em R$ 67,45 em todos os submercados.