Incêndios em SP terão impactos sobre etanol
Da Redação, de Brasília (com apoio da Orplana) —
Os plantadores de cana-de-açucar já estão fazendo as contas sobre os impactos das queimadas que estão atingindo propriedades rurais no Estado de São Paulo. Haverá impactos diretos sobre a produção de etanol.
Segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) – que conta, atualmente, com 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar, entre sexta-feira (23) e sábado (24) foram identificados mais de 2,1 mil focos de incêndios, que resultaram em cerca de 59 mil hectares queimados em áreas de cana-de-açúcar e áreas de rebrota de cana e um prejuízo estimado de R$ 350 milhões.
O CEO da Orplana, José Guilherme Nogueira, reforça que o prejuízo foi muito grande na cana em produção, na cana em pé e também na cana que estava em processo de brotação, que queimou a palhada. “Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo”, afirma.
“A frente fria que chegou no domingo (25) trouxe chuva ao interior de São Paulo, algo em torno de 15 milímetros, amenizando a situação. Mas, o tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias, o que nos traz muita preocupação para que não ocorram mais incêndios. Porém, temos ciência de que as queimadas podem voltar a acontecer e os números e prejuízos podem aumentar”, reforça.
Nogueira enfatiza ainda a importância do apoio do Governo Federal e Estadual neste momento. “O pacote de ações no valor de R$ 10 milhões para apoiar produtores rurais que foram severamente impactados pelos recentes incêndios florestais ajudará. Mas, se houver outros incentivos para a compra de caminhões pipa, na redução dos juros para essa finalidade, também ajudará bastante os produtores rurais”, frisa o CEO da Orplana.
De acordo com ele, os produtores estão atentos ao cenário e necessidades do setor, buscando alternativas para minimizar o prejuízo da tragédia causada pelos incêndios, que prejudicam o meio ambiente, a segurança das pessoas e também a rentabilidade dos produtores rurais. “E reforçamos, mais uma vez, que toda a cadeia de produção da cana-de-açúcar está comprometida com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, ao seguir rigorosamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo”, conclui Nogueira.