Lula, Silveira e Sandoval fingem que o problema da Enel SP não é com eles. É de quem, então?
Este editor não sente qualquer tipo de satisfação em ficar aqui descendo o malho na concessionária de distribuição de energia elétrica Enel, de São Paulo, mas, por um imperativo profissional, não pode camuflar a verdade.
E a triste verdade é que, na Grande São Paulo, a região mais rica do País, quando chove é uma tragédia. O risco de ficar sem luz é muito grande. Aconteceu de novo e a tragédia vai se repetir, pois as autoridades se omitem escandalosamente.
Nesta quinta-feira, 16 de janeiro, essa verdade mais uma vez se fez presente. Às 22h30m, em toda a área de concessão da Enel na Grande São Paulo, de um total de 8.290.789 unidades consumidoras atendidas pela distribuidora, 72.743 estavam sem energia elétrica, significando 0,88% do total.
Só na Capital, onde existem 5.570.081 unidades consumidoras, havia nesse mesmo horário 45.360 UC sem energia elétrica em casa ou no negócio, configurando 0,81%. No município de Itapecerica da Serra, que compreende 71.660 unidades consumidoras, havia 6.166 no breu, representando 8,60% do total.
Como a Enel não tem jeito e nenhuma autoridade sabe explicar porque ela ainda é responsável pela concessão da distribuição de energia elétrica na Grande São Paulo, só resta entregar o problema para Deus e imaginar que do Céu possa cair alguma solução.
Rezem, senhores consumidores, com muita intensidade e fé, para todos os deuses de todas as religiões, pois a distribuição de energia elétrica na Grande São Paulo é o que se poderia chamar de titica de galinha. Perdão pela palavra, mas é um serviço de merda. Não tem outro nome. É algo de que ninguém pode se orgulhar.
Nem os italianos, que tocam a concessão, certamente se orgulham do que estão fazendo e provavelmente estão loucos para passar essa concessão para alguém, pois não estão mais em condições de fazer o serviço. Perderam totalmente a condição institucional para fazer algo que preste. A Grande São Paulo está arrastando o prestígio internacional da Enel para o buraco.
Enquanto os deuses não dão uma solução, não se esqueçam que na área institucional os responsáveis pelo péssimo serviço da Enel São Paulo são o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.
Nenhum dos três faz o que deveria fazer em relação à Enel, que é declarar a caducidade da concessão, indicar um interventor e seja o que Deus quiser. Tocar prá frente com outra empresa interessada no negócio. Isso já deveria ter acontecido em 2024. Ao contrário, por alguma razão especial que este editor não sabe dizer qual é, esses três senhores protegem a Enel e deixam a concessionária deitar e rolar. Este editor trabalha na área de energia elétrica há 30 anos. Nunca viu tanta omissão das autoridades em relação a uma distribuidora.
A empresa faz o que quer. A Aneel, que é cheia de autoridade para punir pequenos empreendedores da área de energia elétrica, não dá um pio. Fica quietinha, escondida num canto, morrendo de medo, como se os seus diretores não soubessem que o mandato que foi dado a cada um deles serve para isso. Para peitar o Poder Executivo. O papel da Aneel nesse episódio da Enel em São Paulo é absurdamente patético. Triste. Vergonhoso. Silveira e Lula, que fingem que o problema não é com eles, não ficam atrás. O consumidor que se lixe. Será lembrado por esses senhores na eleição do próximo ano.
Por isso, independentemente da fé de cada um, este editor convida os consumidores de energia elétrica da Grande São Paulo a apelar para os seus respectivos deuses, pois, do jeito que a coisa vai, tá difícil.