Biogás para geração elétrica cresce 30% em um ano
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Abiogás) —
Os projetos de geração de energia elétrica a partir do biogás, no Brasil, já alcançaram a expressiva marca de 118,6 MW de potencia instalada. Apesar do crescimento significativo no período de 12 meses, a participação na matriz é de apenas 0,0741%, devido ao tamanho do parque elétrico brasileiro. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a produção de biogás saltou de 0,0572%, no inicio de 2016, para os atuais 0,0741% da matriz, representando um crescimento de quase 30% em 12 meses.
Esse resultado coloca o biogás na condição de uma das fontes de energia que mais cresceram no Brasil. No total, são 15 usinas que operam em aterros a partir de resíduos sólidos urbanos, 11 usinas que utilizam resíduos animais e três usinas a partir de fontes agroindustriais.
Alessandro Gardermann, vice-presidente da Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás) destaca que o motivo por tal incremento foi a entrada de grandes projetos em operação. O maior deles foi o Aterro de Caieiras, em São Paulo, que adicionou 29,547 MW de energia ao sistema. Outro destaque foi o da empresa Raízen, o primeiro projeto a ganhar um leilão de energia com a fonte biogás.
“Outros projetos de geração de energia elétrica a partir do biogás, como Minas do Leão, Salvador, Itajai, GEO Elétrica também contribuíram para o crescimento da fonte no período”, diz Gardermann.
O executivo acredita que, nos próximos anos, o crescimento do biogás na matriz elétrica vai continuar com o mesmo vigor, já que importantes projetos estão em fase final de implantação e devem ser conectados nos próximos dias, como a CS Bioenergia, que vai utilizar lodo de esgoto para geração de energia elétrica. “Temos que agora ampliar no saneamento e na agroindústria”.
Na avaliação da secretária-executiva da Associação, Camila Agner D’Aquino, o avanço do biogás é consequência direta do maior conhecimento envolvendo tecnologias de produção de biogás e seus usos finais. “Defendemos que é viável que o Brasil alcance uma produção diária de 10,7 milhões de m3/dia até 2025”, estima. O que representa 13% do volume atualmente desperdiçado de biometano.
A bioeletricidade vem cada vez mais ganhando protagonismo no setor energético em boa medida pelo incremento do biogás. Segundo dados do Boletim Mensal de Energia (mês de referência de dezembro/2016) divulgado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), em 2016, a bioeletricidade passou a ser a segunda fonte de geração mais importante na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) no país, superando o gás natural.
A Associação Brasileira de Biogás e Biometano (ABiogás) é uma organização fundada em 2013, com o missão de congregar os interesses dos vários agentes, tanto no Brasil quanto no exterior, que se dedicam ao desenvolvimento, produção e consumo do biogás e do biometano. Tem ainda como objetivo promover a inserção definitiva do biogás e do biometano na matriz energética brasileira, através do desenvolvimento dos diversos segmentos envolvidos em sua produção, regulamentação e utilização.