Capacidade instalada cresce 2,2 mil MW em 4 meses
Da Redação, de Brasília (Com apoio do MME) —
O Ministério de Minas e Energia informou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) apontou, em sua reunião realizada nesta quarta-feira, 03 de maio, que em abril deste ano entraram em operação comercial 693 MW de capacidade instalada de geração e 13,5 km de linhas de transmissão. No total, a expansão do sistema no ano de 2017, até o mês de abril, totalizou 2.194 MW de capacidade instalada de geração, 322,5 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 2.030 MVA de transformação na Rede Básica.
Durante a reunião do CMSE, foi apresentada uma avaliação estrutural do equilíbrio entre oferta e demanda de energia, atualizado com os resultados da primeira revisão quadrimestral da carga. A sobra estrutural se mantém, resultando em um excedente médio de 7 GW médios no horizonte de planejamento, que vai de 2018 a 2021.
Destaca-se que o risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,7% e 0,0%[1], para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste.
A íntegra da nota emitida pelo CMSE logo após o término da reunião é a seguinte:
“O CMSE esteve reunido nesta quarta-feira, 03 de maio de 2017, com o objetivo de analisar as condições de suprimento eletroenergético em todo o território nacional, e divulga, de forma preliminar, os principais pontos tratados pelo colegiado:
Resultados do Leilão de Transmissão nº 05/2016: A Aneel apresentou os resultados do Leilão de Transmissão nº 05/2016, realizado no dia 24 de abril de 2017. Foram vendidos 31 dos 35 lotes oferecidos, maior número de lotes e volume financeiro negociados em uma única sessão de leilão de transmissão, com deságio médio de 36,5%. Os empreendimentos representarão expansão de 7.000 km de linhas de transmissão e 13.170 MVA de capacidade de transformação, correspondendo a investimento da ordem de R$ 12,7 bilhões.
Primeira Revisão Quadrimestral da Carga e Atualização do Balanço Estrutural Físico: A EPE apresentou a metodologia, fundamentos e resultados da revisão quadrimestral de carga, cujo resultado pouco difere dos últimos valores apresentados em janeiro de 2017, utilizados atualmente no planejamento da operação. Em seguida, o balanço físico entre oferta e demanda foi atualizado com a nova carga e condições de oferta. Este balanço apresenta uma avaliação estrutural do equilíbrio entre oferta e demanda. A oferta indica a máxima demanda que o sistema consegue atender observado o critério de suprimento vigente. A sobra estrutural se mantém, resultando em um excedente médio de 7 GWmédios no horizonte de planejamento: 2018 a 2021. Foi destacado que este balanço estrutural, apesar de se constituir em ferramenta útil como medida para avaliar o equilíbrio entre oferta e demanda, ele deve ser complementado por avaliações conjunturais e comerciais, tal como feito no CMSE.
Condições Hidrometeorológicas e Energia Armazenada: O ONS informou que, com base na última reunião do Grupo de Trabalho MCTIC/MME sobre Previsão Meteorológica Estendida, a temperatura superficial do Oceano Pacífico Equatorial, na atualidade, é compatível com uma situação de neutralidade, o que não deve interferir significativamente no regime pluviométrico dos próximos meses. Todavia, em termos gerais, a maioria dos modelos prevê um aquecimento das águas do Oceano Pacífico Equatorial no segundo semestre, o que poderia derivar no estabelecimento de um fenômeno do “El Niño” de fraca intensidade, ressalvadas as incertezas destas previsões.
O ONS apresentou também que, em termos de Energia Natural Afluente – ENA bruta, foram verificados no mês de abril de 2017 os valores de 73% no Sudeste/Centro-Oeste, 84% no Sul, 24% no Nordeste e 73% no Norte, referenciados às respectivas médias de longo termo – MLT.
Ao final do mês de abril de 2017, foi verificada Energia Armazenada – EAR de 41,8%, 42,6%, 21,7% e 66,0% nos reservatórios equivalentes dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente, referenciados às respectivas EAR máximas. Os valores esperados de armazenamentos equivalentes ao final do mês de maio são: 42,4% no Sudeste/Centro-Oeste, 44,4% no Sul, 19,5% no Nordeste e 67,0% no Norte.
Importação de Energia do Uruguai: Iniciou-se no PMO de maio de 2017 o estabelecimento de montantes semanais de energia que podem vir a ser importados pelo Brasil, vinda do Uruguai, através das conversoras de Rivera (70 MW) e de Melo (500 MW), dependendo dos resultados do PMO, em consonância com oferta de montante e preço de energia declarada pela Eletrobras, agente responsável pela importação, conforme Portarias MME nº 556/2015 e nº 164/2016. Na primeira semana de maio está prevista a importação de cerca de 50 MWmed pela conversora de Rivera (70 MW).
Análise de Risco: O risco de qualquer déficit de energia em 2017 é igual a 0,7% e 0,0%[1], para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente, considerando a configuração do sistema do PMO de maio de 2017.
Entretanto, apesar de assegurado o abastecimento de energia para o ano de 2017, as condições hidrológicas desfavoráveis deverão levar a despachos térmicos mais volumosos, significando um aumento no custo da operação do sistema.
Operação Hidráulica do Rio São Francisco: O ONS apresentou simulações de expectativa de armazenamento nas UHEs Três Marias, Sobradinho e Itaparica ao longo do período seco, utilizando os piores cenários de afluências verificados no histórico, que tem se aproximado da realidade vivenciada atualmente. Com base nos resultados, reiterou a importância de que sejam adotadas medidas para viabilizar a adoção de patamar de defluência de 600 m³/s a partir da UHE Sobradinho, a fim de proporcionar maior segurança hídrica para a bacia do rio São Francisco, diante da condição hidrológica vivenciada neste ano.
Neste sentido, informou que a Agência Nacional de Águas – ANA publicou, no dia 26 de abril de 2017, a Resolução nº 742, que autoriza a redução, até 30 de novembro de 2017, da descarga mínima das UHEs Sobradinho e Xingó, de 1.300 m³/s para uma média diária de 600 m³/s. Todavia, é necessária a conclusão dos estudos e publicação de Autorização Especial por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA.
Expansão da Geração e Transmissão: Em abril, entraram em operação comercial 693 MW de capacidade instalada de geração e 13,5 km de linhas de transmissão e conexões de usinas na Rede Básica. Assim, a expansão do sistema no ano 2017, até o mês de abril, totalizou 2.194 MW de capacidade instalada de geração, 322,5 km de linhas de transmissão de Rede Básica e conexões de usinas e 2.030 MVA, de transformação na Rede Básica”.