ONS e a formação de preços
Diz uma brincadeira do setor elétrico que a ditadura militar, no Brasil, acabou em 1985, menos …no ONS. Mas aos poucos, o poder do ONS sobre o setor elétrico brasileiro está diminuindo e vai chegar o dia em que o Operador será apenas o Operador, da mesma forma como a Aneel é somente uma agência reguladora e a CCEE um lugar onde contratos são liquidados.
É preciso entender pequenos sinais que são emitidos a respeito do novo papel do ONS, que, durante anos, exerceu uma verdadeira tutela sobre o Ministério de Minas e Energia, quando deveria ter sido o contrário. O Operador, por exemplo, sempre foi contra a expansão do mercado livre de energia elétrica. Mas, na consulta pública aberta pelo MME, a expansão finalmente será contemplada.
Em uma reunião que dirigentes do Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) tiveram com a diretoria do ONS, no dia 11 passado, o próprio diretor-geral do Operador, Luiz Eduardo Barata Ferreira, reconheceu que é inevitável que, em um futuro próximo, o Brasil tenha um modelo de formação de preços baseado em ofertas dos agentes, abandonando-se o arcaico modelo definido por programas computacionais.
Ao longo dos anos, o ONS tem sido a trincheira onde mais se defende com unhas e dentes a formação de preços a partir de modelos matemáticos, posição que, agora, divide com a EPE. Quando o ONS, enfim, se render às evidências, será um senhor avanço. Vamos torcer para não levar 20 anos.