CCEE: hidrologia ruim elevada PLD médio para 2017
Da Redação, de Brasília (Com apoio da CCEE) —
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE apresentou nesta segunda-feira, 31 de julho, uma análise do comportamento do Preço de Liquidação das Diferenças – PLD de julho e início de agosto. A hidrologia bastante desfavorável, em julho, impactou no aumento do PLD ao longo do mês e começo de agosto, levando as projeções do preço médio anual no Sudeste/Centro-Oeste para R$ 291/MWh, aumento de 54% frente aos R$ 189/MWh da última apresentação.
“Em julho, o comportamento das ENAs (Energia Natural Afluente) ficou muito aquém da previsão em razão de uma massa de ar de alta pressão, que impediu a formação de chuvas, principalmente na região Sul e Sudeste, refletindo no aumento do PLD em todos os submercados”, afirma o gerente de preços da CCEE, Rodrigo Sacchi.
A previsão de afluências para agosto também indica a continuidade dos índices de hidrologia abaixo da média histórica nos submercados Sudeste (78%), Sul (59%), Nordeste (34%) e Norte (63%). “Apesar da adversidade permanecer no próximo mês, é bastante provável que as ENAs se aproximem da Média de Longo Termo – MLT a partir de setembro no Sudeste e Norte. A situação mais crítica é a do Nordeste, onde os índices devem seguir bem abaixo da média ao longo do ano”, destaca o executivo.
Quando o comportamento dos reservatórios é analisado, fica evidenciado, segundo a CCEE, o impacto da hidrologia ruim de julho nos níveis das bacias de todo o país. O esvaziamento dos reservatórios do Sul foi bastante acentuado ao longo do mês, chegando a 71,1%, volume de energia 21% inferior ao registrado no começo de julho. As demais quedas nos níveis foram de 3,7% no Sudeste (38,4%), 2,4% no Nordeste (15,3%) e de 4,5% no Norte (59,4%).
Devido à hidrologia ruim e ao esvaziamento dos reservatórios, o PLD médio de julho ficou em R$ 280/MWh, equalizado em todos os submercados. “A consequência dessa adversidade hidrológica ficou evidente na primeira semana de agosto, quando o preço se elevou significativamente, sendo fixado em R$ 514/MWh, em todo o país”, ressalta Sacchi.
A projeção para o PLD, já com os dados oficiais da 2ª Revisão Quadrimestral da Carga apresentados nesta segunda-feira, indica uma tendência de redução com o preço abaixo dos R$ 400/MWh já em setembro e outubro. “A perspectiva para novembro e dezembro é de que o preço caia ainda mais, ficando em torno de R$ 300/MWh, influenciado tanto pela redução da carga prevista, quanto pela recuperação da tendência hidrológica típica do início do período úmido”, conclui.
O fator de ajuste do MRE para 2017 deve ficar em 81,5%, considerando o perfil de sazonalização de Garantia Física (GF) declarado pelos agentes desse mecanismo, com índices em 64,2% em julho e 62,5% em agosto. A projeção do MRE relacionada à repactuação do risco hidrológico, que leva em conta a sazonalização “flat” da garantia física, deve ficar em 68,6% em julho e bastante similar ao longo de agosto, em 68%.
Em um cenário hipotético de 100% de contratação, estes índices provocariam um impacto financeiro de R$ 31,1 bilhões para 2017, sendo R$ 21 bilhões referentes ao Ambiente de Contratação Regulada – ACR e R$ 10,1 bilhões ao Ambiente de Contratação Livre – ACL.
Os Encargos de Serviços do Sistema – ESS, em julho, foram estimados em R$ 42 milhões e a previsão para agosto é bastante inferior, na casa de R$ 1 milhão, referente à restrição operativa.