Preço baixo impulsiona venda de GNL
Da Redação, de Brasília (Com apoio da Bloomberg BNEF) —
As importações de gás natural liquefeito (GNL) atingirão um novo recorde neste ano, depois de um crescimento robusto de 8,8% – o mais rápido desde 2011, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta quarta-feira, 13 de setembro, simultaneamente, em Londres, Nova York e Cingapura.
Esse aumento é impulsionado pela incerteza da geração de energia nuclear no Nordeste da Ásia, reformas no mercado de energia e preocupações com a poluição do ar na China, e crescimento da capacidade nas principais regiões exportadoras. Isso ocorre apesar das interferências como a divergência entre o Catar e a Arábia Saudita, limitações na demanda de exportação no leste da Austrália e queda na demanda na América Latina.
O “Global LNG Outlook 2017”, última previsão da equipe global de gás da Bloomberg New Energy Finance, mostra que o consumo continuará a subir apesar de uma queda global da demanda cumulativa da maior região importadora do mundo: Japão, Coréia do Sul e Taiwan (JKT).
Ashish Sethia, chefe global de análise de GNL, disse: “A Ásia continuará a ser o centro de gravidade da demanda mundial de GNL, importando mais de 70% do combustível até 2030. No entanto, a partir de 2025, a China, a Índia e o Sudeste Asiático importarão juntos mais GNL do que o Japão, a Coréia e Taiwan combinados”.
O relatório destaca que o GNL continuará a alcançar novos mercados à medida que os preços se mantiverem baixos, enquanto a tecnologia de regaseificação e armazenamento flutuante facilita o estabelecimento de infraestrutura de importação de baixo custo em novos países.
“Até 2022, 20% da capacidade global de importação de GNL será de terminais de armazenamento flutuante e regaseificação, que têm implantação mais rápida. Isso ajudará a abrir a demanda em muitos novos mercados”, comentou Maggie Kuang, chefe da análise de GNL para Ásia-Pacífico, e principal autora do relatório. A previsão é que as importações europeias de GNL se expandam a longo prazo e ultrapassem 100MMtpa até 2030.
“As importações europeias de GNL duplicarão até o final da década de 2020, pois o declínio da produção interna abre oportunidades para as exportações russas de gasodutos e GNL”, afirmou John Twomey, chefe de análise de gás na Europa. O crescimento contínuo da demanda não deverá resultar em aumento de preços, já que a previsão para a oferta de GNL é maior até 2024 – impulsionada pela elevação significativa da capacidade de exportação nos EUA e na Austrália.
Anastacia Dialynas, analista líder de GNL para as Américas, afirmou que “mais de 20%, ou 146Mmtpa, da capacidade de exportação de GNL proposta em toda a América do Norte, tem todas as aprovações governamentais necessárias. O governo Trump está apoiando ainda mais a indústria de exportação de GNL. No entanto, os projetos enfrentam obstáculos que são mais econômicos do que regulatórios: encontrar compradores e comprometer-se com uma decisão de investimento final”.
Somente 5,7 MMtpa de contratos de prazo de GNL foram assinados no primeiro semestre de 2017, o menor valor para qualquer semestre desde 2010. A falta de interesse dos compradores em comprometer-se com contratos de longo prazo também dificulta a construção e o financiamento das plantas de exportação.
Além disso, os novos exportadores de GNL nos EUA não só competirão com empresas estabelecidas, como as companhias internacionais de petróleo. Os compradores tradicionais também estão emergindo como operadores de carteira, uma vez que um número crescente de seus contratos de compra lhes permite redirecionar e revender lotes de GNL.
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