Versão oficial para importação do Uruguai
Demorou um pouco, mas, hoje (05 de janeiro), o ministro interino de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata Ferreira, deu uma resposta aos que criticaram o Governo Federal pela recente decisão de importar energia elétrica do Uruguai. Segundo o ministro, a Eletrobras foi autorizada a coordenar a operação, pois, quando isso ocorrer, a estatal não cobrará nada pelo serviço. Também garantiu que a portaria ministerial sobre o assunto de fato vai a 2018, mas é mera repetição das portarias que normatizaram as importações anteriores do Uruguai. Antes era uma portaria a cada ano. Agora, estendeu-se o prazo para três anos, mas sem alteração no conteúdo. Ele garantiu que, desde o advento da portaria não se importou um megawatt sequer do Uruguai, pois a água está sendo jogada fora em todos os reservatórios da Região Sul e não teria o menor sentido o Governo autorizar uma operação desse tipo neste momento. Finalmente, o ministro salientou que a compra do Uruguai apenas ocorrerá se o preço da energia for conveniente para o Brasil, ou seja, não será comprada energia mais cara do que a vendida aqui. Barata também explicou que o grande volume de água existente nos reservatórios do Sul abortou uma operação que estava sendo cuidadosamente preparada pelo MME e que dizia respeito à reutilização da usina térmica da AES localizada na cidade gaúcha de Uruguaiana. Essa térmica é uma espécie de elefante branco, pois foi projetada para funcionar com gás natural importado da Argentina e, logo depois de inaugurada, os “hermanos” deram um cano no Brasil e fecharam a torneira do gás, inviabilizando a usina. Ela vem funcionando de forma esporádica, com base numa complexa importação de gás natural pelo Brasil, que entra pela Argentina e chega até o destino final em Uruguaiana. A situação da AES Uruguaiana é tão difícil que, no ano passado, o MME chegou a pensar em desmontá-la, colocando-a de pé novamente no Rio ou São Paulo, onde existe oferta de gás natural.